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A esquistossomose caracteriza-se por uma fase inicial, geralmente despercebida, e outra crônica, na qual podem aparecer as formas graves, evidenciadas, principalmente, pela hipertensão portal e suas complicações, assim como pelo comprometimento do sistema nervoso.(4)
A doença está presente no Oriente Próximo, África, e América do Sul. Humanos infectados eliminam os ovos de S. mansoni em águas naturais através de urina e fezes contaminadas. Caramujos, hospedeiros intermediários, ingerem os ovos que, subsequentemente, passam por muitos ciclos de multiplicação. Eles são, então, eliminados na água como cercárias, a forma infectante. Essa forma tem a habilidade de penetrar na pele humana ou, se ingerida, penetra na mucosa intestinal.
Pessoas comumente se tornam infectadas enquanto nadam em águas contaminadas.(1) O hábito de pescar do paciente deste relato foi responsável, provavelmente, pela sua contaminação. Após penetrar a pele, a cercária se torna uma forma jovem, chamada esquistossômulo. Esse migra primeiro para o pulmão e, posteriormente, chega ao fígado.
Em seguida, as formas adultas migram em conjunto para vênulas do seu habitat final: o mesentério. A maioria dos ovos é excretada. Os poucos ovos não eliminados causam reação granulomatosa em tecidos do hospedeiro. Essa reação é a causa dos sintomas da esquistossomose.(1)
As manifestações respiratórias podem ser agudas, que são intensas e transitórias, ou crônicas, que podem ser decorrentes de hipertensão pulmonar e cor pulmonale. Mais de 25% dos pacientes com hipertensão portal têm acometimento pulmonar, mas apenas 5% têm hipertensão pulmonar e cor pulmonale.
Na forma aguda, o acometimento pulmonar deve-se a presença dos esquistossômulos na circulação pulmonar, levando a uma reação de hipersensibilidade. O paciente costuma apresentar febre, o sinal mais frequente, que pode se associar em um quarto dos casos com sinais cutâneos de urticária (febre de Katayama). A febre tem duração