20 anos do plano real
Do ponto de vista político, o Presidente Itamar Franco não havia sido eleito, era herdeiro de um Impeachment e nomeara como Ministro da Fazenda, um ex-senador, que era seu atual Ministro de Relações Exteriores, Fernando Henrique Cardoso, que sequer era economista “era mais que uma aventura, era uma condenação ao fracasso”, conta FHC em discurso na semana passada. Ademais, apesar de competente, a equipe técnica era inexperiente. Não seria mais fácil baixar um decreto?
A despeito das grandes dificuldades, tudo foi construído com debates e argumentos para mostrar para as pessoas que isso seria positivo para todos. Anunciado no início do ano, a Unidade Real de Valor, atrelada ao dólar, tornar-se-ia moeda se houvesse a adesão voluntária da maioria e se o congresso aprovasse as medidas necessárias como corte de despesas e aumento de impostos. Além do trabalho de convencer os credores externos que agora, sim,” a coisa ia”.
Tenho discordâncias em relação a posicionamentos de Fernando Henrique e críticas a seu modelo de privatização, que contou com ampla participação de financiamentos do BNDES. Mas, verdade seja dita, há, pelo menos, 10 anos o Brasil não sabe o que é ter um líder que respeita as instituições e que não as prostitui por interesses partidários.
Questionado, recentemente, sobre o suposto “mensalão” do PSDB, FHC não titubeou em responder: “se o Supremo diz que há culpa é porque há”. Diferente de um determinado partido que nomeou praticamente todo