análise da palestra 20 anos de Plano Real
Análise da palestra “O Plano Real e os desafios do desenvolvimento brasileiro”. Semana de Economia 2014, UFES.
Fabrício Ramos Santos
A PROBLEMÁTICA DO DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO
Numa discussão inicial o abordou-se o contexto geral e histórico em que se encontrava a economia brasileira na primeira metade da década de 1990, destacando as diferentes abordagens econômicas a respeito do controle da inflação, os planos econômicos e as ações do estado para a estabilização de preços e o desenvolvimento. O modelo de industrialização brasileira que se baseava na proteção à concorrência externa e à intervenção direta do Estado passou a ser visto como entrave à retomada do crescimento econômico. A nova visão governamental percebeu a exigência de uma vinculação maior à economia internacional a qual deveria ser promovida através de uma política econômica que promovesse a abertura externa, a valorização cambial e uma forte redução do intervencionismo estatal.
O Brasil, como muitos dos seus vizinhos latino-americanos, passou pela década de 1980 e parte da de 1990 por grave crise inflacionária e constantes planos de estabilização econômica com a adoção de novas moedas até chegar ao Plano Real que se mostrou eficiente no controle do processo inflacionário, na estabilização de preços e na impulsão da economia. As bases do Plano Real foram gestadas no decorrer desses períodos de crise que o precederam e, em seu início, a abertura comercial e a valorização cambial ganharam grande impulso. O plano não é considerado de maneira isolada como impulsionador do desenvolvimento econômico observado nos últimos vinte anos. Aconteceram mudanças na economia internacional durante a década de 1990 como a diminuição da taxa de juros nos Estados Unidos; o alto crescimento da China e sua consolidação como grande produtor industrial; e a redução da dívida externa dos países em desenvolvimento, diminuindo assim a dependência em relação às