2 Por que precisamos pensar e refletir ao invés de só curtir a vida
Prof Roberto Andersen www.iupe.org.br agosto – 2004
Sempre que ouço esta pergunta surge em mim, imediatamente, um sentimento de “pena” para com a pessoa que a profere. Um sentimento que, ao mesmo tempo, me leva a compreender os motivos pelos quais toda uma geração, para não incomodar o sistema dominador, foi impedida de ter acesso às únicas disciplinas capazes de bem desenvolver a capacidade de discernimento, entendimento e compreensão da vida e dos fatos: a Filosofia e a Sociologia.
O sistema as retirou, durante quase vinte anos, dos currículos escolares e perseguiu arduamente os que ainda tentavam, por meio de poesias, peças teatrais, músicas e artes, construir no adolescente e no jovem um pouco do necessário espírito da curiosidade positiva e do questionamento responsável, que são as únicas formas de permitir a criatividade e a evolução intelectual do gênero humano.
Durante todos esse anos calaram-se os jovens. Alguns foram calados “a pulso”... dando muito trabalho aos órgãos repressores, mas a maioria foi calada pelo forte e inteligente sistema de manipulação de massa, levando em consideração os ensinamentos de Maquiavel (O Príncipe) e do Padre Baltasar Gracián (A Arte da Prudência).
Se a filosofia ensina a pensar o mundo, a vida e os fatos de forma profundamente analisadora e questionadora, na procura das razões primeiras de tudo, a sociologia ensina a pensar o grupo social e as razões que os levam a tomar atitudes muitas vezes consideradas como irracionais.
Ambas fazem do Ser Humano mais do que um simples elemento no grupo, já que desenvolvem nele a habilidade necessária ao exercício da verdadeira cidadania, com competência não só para entender o mundo e os fatos, mas também para influenciar e participar ativamente das necessárias reconstruções sociais.
É, então, o correto aprendizado dessas duas disciplinas, que afasta o Ser Humano da alienação social, ou seja, impede sua