18 De brumario cap 3
Cap III A história parlamentarista, aos olhos dos democratas, o período da Assembleia Nacional Legislativa, compartilhava do mesmo motivo em que havia se tratado no período da Assembleia Constituinte: da simples luta entre republicanos e monarquistas. Resumindo esse movimento em uma só palavra: “reação”.
O Partido da Ordem revela ser um emaranhado de diferentes facções monarquistas distintas, que não só intrigam uma contra a outra para conseguir levar ao trono o seu próprio pretendente e excluir o pretendente do partido contrário, mas também se unem no ódio comum e em ataques conjuntos contra o que era chamado de “republica”. Os legitimistas (partidários da dinastia de Bourbon) e os orleanistas (partidários da dinastia de Orléans) compõem as duas grandes facções do Partido da Ordem. O que ligava essas facções e as mantinha separadas uma das outras era o emblema da dinastia Bourbon. O que mantinha essas facções separadas não era nenhuma questão de princípios, mas as suas condições materiais de existência, duas diferentes espécies de propriedade, foi o antigo contraste entre a cidade e campo, a rivalidade entre o capital e o latifúndio. Embora orleanistas e legitimistas, embora cada facção se esforçasse por convencer-se e convencer os outros de que o que as separava era sua lealdade às duas casa reais, os atos provaram mais tarde que o que impedia a união de ambas era mais a divergência de seus interesses. Orleanistas e legitimistas encontram-se lado a lado na república, com pretensões idênticas. Enquanto ambos os lados procuravam impor a restauração da sua própria casa real, contra a outra, isto significava que a propriedade de terra e capital era um dos dois grandes interesses que dividiam a burguesia.
Fora do Parlamento, os monarquistas coligados intrigavam uns aos outros na imprensa, em Ems, em Claremont. Na intimidade, envergaram novamente suas velhas librés orleanistas e legitimistas e novamente se