18 Brum rios
Os 18 Brumário de Luís Bonaparte
Neste livro, são desenvolvidas teses fundamentais do materialismo histórico: a teoria da luta de classes e da revolução proletária, a doutrina do Estado e da ditadura do proletariado. Marx propõe, pela primeira vez, a tese de que o proletariado não deve assumir o aparato existente, mas desmanchá-lo. O filósofo desenvolve o estudo do papel da luta de classes como força motriz da história e aprofunda a teoria do Estado, sobretudo demonstrando que todas as revoluções burguesas apenas aperfeiçoaram a máquina estatal para oprimir as classes. O autor tentou entender como duas revoluções que pediam mais participação do povo (defesa do sufrágio universal era um tema recorrente) e consolidaram uma revolta generalizada contra o governo resultaram em ditaduras. Marx avalia os acontecimentos que levaram a esse novo cenário através de sua uma análise da revolução e suas consequências, sempre antenado no proletariado que constantemente é deixado de lado na luta pelo poder.
O texto descreve um golpe de Estado recém-ocorrido na França. Carlos Luís Napoleão Bonaparte, eleito presidente do país em 1848, resolveu impor uma ditadura três anos depois. A data escolhida para o golpe foi 2 de dezembro de 1851, aniversário de 47 anos da coroação de seu tio, o general e estadista Napoleão Bonaparte, como imperador da França. A ironia de Marx está presente até no título do livro. Anos antes de se tornar imperador, o primeiro Napoleão também havia dado um golpe de Estado, em 9 de novembro de 1799, com o qual se tornou cônsul da França. No curioso calendário que o país havia adotado após a revolução de 1789, essa data correspondia ao dia 18 do mês de Brumário. Ao chamar a obra de O 18 Brumário de Luís Bonaparte, Marx indica que o golpe dado por Napoleão III era apenas uma cópia daquele que fora dado antes por seu célebre tio. E o quadro foi traçado com tanta mestria que cada nova revelação tornada pública desde então nada mais fez do que fornecer