Karl Marx O 18 Brum Rio De Lu S Bonaparte
DE LUÍS BONAPARTE
Fac-símile da capa da primeira impressão de O 18 de brumário de Luís
Bonaparte, no fascículo n. 1 da revista Die Revolution, publicada por Joseph
Weydemeyer, em maio de 1852.
Em analogia aos Montagnards, que formaram a ala esquerda (jacobinos) na Convenção Nacional da Revolução Francesa, foi denominada Montagne (Montanha) a fração dos pequeno-burgueses democratas presente na Assembleia Nacional de 1848.
No dia 18 de brumário (9 de novembro de 1799), Napoleão Bonaparte derrubou, mediante um golpe de Estado, o Diretório francês, tornando-se ditador com o título de primeiro-cônsul. Com a reedição do 18 de brumário, Marx se refere ao golpe de Estado desferido por Luís Bonaparte no dia 2 de dezembro de 1851.
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G. W. F. Hegel, Vorlesungen über die Philosophie der Geschichte. Dritter Teil [Preleções sobre a filosofia da história. Terceira parte] (Berlim, 1837. Werke, v. 9).
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Em alguma passagem de suas obras, Hegel comenta que todos os grandes fatos e todos os grandes personagens da história mundial são encenados, por assim dizer, duas vezes1. Ele se esqueceu de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.
Caussidière como Danton, Luís Blanc como Robespierre, a Montanha de 1848-51 como a Montanha de 1793-952, o sobrinho como o tio. E essa mesma caricatura se repete nas circunstâncias que envolvem a reedição do 18 de brumário3!
Os homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram. A tradição de todas as gerações passadas é como um pesadelo que comprime o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem estar empenhados em transformar a si mesmos e as coisas, em criar algo nunca antes visto, exatamente nessas épocas de crise revolucionária, eles conjuram temerosamente a ajuda dos espíritos do passado, tomam emprestados os seus nomes,