14 dileto
"Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para te condenar?
Nem Eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais.” (João 8:11)
Com estas palavras Jesus despediu uma mulher trazida até a Sua presença por fariseus e mestres da lei no pátio do Templo. Este encontro, é fonte de muitas lições sobre uma espiritualidade fundamentada no Princípio do Amor, manifesto através de atos de compreensão e misericórdia.
Quando a mulher chegou até a presença de Jesus, já estava sentenciada e praticamente executada. Os homens que a levaram àquela situação queriam apenas usá-la para incriminar Jesus por Suas próprias palavras. E como Ele age? Primeiro, ignora a chegada dos religiosos, sempre tão prestigiados pela população em geral. É necessário que insistam muito para que Jesus dirija-lhes a palavra. É como se Ele estivesse dizendo que aquele tipo de pessoa não lhe atraía – hodiernamente, correspondem exatamente aos representantes eclesiásticos que nós mais tememos e veneramos, aqueles que têm o poder de arrastar e julgar os pecadores em praça pública - Jesus parecia estar mais interessado num desenho na areia. Quando resolve quebrar o silêncio, dirige-se aos religiosos e diz: "Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher" - e volta a escrever no chão. Estas palavras invertem as posições. De algozes, os religiosos passam a réus de suas próprias consciências, e começando pelos mais velhos até os mais novos, todos, emudecidos, deixam o local. A espiritualidade do amor é aquela que nos faz soltar as pedras, que nos faz voltar para dentro de nós mesmos tomados pela consciência de que também precisamos de perdão e restauração.
Num segundo momento lindíssimo desse texto, Jesus pergunta à mulher onde estavam os seus acusadores, e se alguém a havia condenado. Vemos nestas questões um ato terapêutico profundo. Jesus se dirige a uma mulher que se sabia pecadora e pergunta-lhe onde estavam os puros que a condenavam e a