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O termo Sensopercepção é utilizado para se referir a processos complexos através dos quais tomamos conhecimento do mundo. Ou seja, a Sensopercepção é a primeira etapa de nosso processamento cognitivo. Esses processos são basicamente sensitivos, sejam eles periféricos ou centrais (de 1ª. ordem), e perceptivos (2ª. ordem). Em virtude de dificuldades de se distinguir que etapa está afetada em certos fenômenos psicopatológicos, consagrou-se o uso do termo Sensopercepção. A apercepção seria um processo de ordem ainda mais superior, através do qual se é dado significado às percepções. Apercepção é perceber algo integralmente, com clareza e plenitude, por reconhecimento ou identificação do material percebido com outros elementos psíquicos pré-existentes. Alguns autores não diferenciam percepção e apercepção.
Essas diferentes etapas do processo sensoperceptivo tornam-se bastante evidente nos estudos neuropsicológicos clássicos que observaram que as lesões nas estruturas responsáveis por esses processos podem levar a uma perda sensorial (ex: cegueira cortical, caso seja lesado o córtex visual primário) ou às agnosias (a) perceptivas e associativas. Entretanto, essas síndromes neuropsicológicas clássicas não serão objeto de nosso estudo.
Por algum tempo, acreditou-se que a sensação seria um fenômeno passivo, físico, periférico e objetivo, resultado das alterações produzidas por estímulos sobre os órgãos sensoriais (Alonso-Fernandez). Enquanto isso, a percepção seria um fenômeno ativo, psíquico, central e subjetivo, que resultaria da integração das impressões sensoriais parciais e da associação dessas às representações (Alonso-Fernandez). A título de simplificação e grosso modo, considerava-se que as sensações seriam determinadas por fatores predominantemente neurofisiológicos, enquanto as percepções seriam determinadas por fatores predominantemente psicológicos. Podemos dizer que definições como essas estão atualmente superadas, considerando que não faz