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A «Alegoria da Caverna» de Platão
Proposta de Interpretação

Objetivo da «alegoria da caverna» de Platão
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Veicular uma mensagem de conteúdo gnosiológico (o que podemos conhecer e como podemos conhecer para conhecermos com verdade) e ontológico (o que é a realidade, que “coisas” podem ser conhecidas para haver conhecimento verdadeiro).

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Tema: a condição humana, o modo como o ser humano existe e como conhece, de acordo com a sua existência; o modo como deve ser educado o ser humano, de modo a considerar a realidade (em vista de um conhecimento verdadeiro) e não a ilusão (as
“sombras”, ao nível da qual apenas obtém ignorância); a importância do filósofo como
“educador”.

Argumentação
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O ser humano vive acorrentado nas trevas da ignorância, porque o corpo aprisiona a alma e condiciona, com os sentidos do corpo, o conhecimento que esta pode adquirir; assim, o ser humano, porque está habituado a conhecer as coisas físicas (materiais) por meio dos sentidos (experiência sensível), está erradamente convencido de que tais coisas são a realidade (quando são meras cópias da realidade, ou “sombras”, a aparência da realidade) e de que as crenças ou opiniões que possui acerca de tais coisas são conhecimentos verdadeiros – mas não pode haver conhecimento verdadeiro do sensível, segundo Platão.

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Somos despertados por outros que já se tenham libertado – os filósofos que despertam as nossas consciências e nos chamam a atenção para o facto de nos julgarmos sábios quando somos ignorantes – exemplo de Sócrates, mostrando aos seus concidadãos a ignorância que tinham por saber e a necessidade de tomarem consciência da sua ignorância para poderem procurar o conhecimento verdadeiro.

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Resistimos à mudança por não termos consciência da nossa ignorância – do mesmo modo que os atenienses resistiram a Sócrates, condenando-o.

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O processo de “libertação” é, simultaneamente, um processo de autoconsciencialização e de busca do conhecimento