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O corpo humano é uma máquina desenhada para o movimento.
É dotado de dobradiças, músculos que formam alavancas capazes de deslocar o esqueleto em qualquer direção, ossos resistentes, ligamentos elásticos que amortecem choques, e sistemas de alta complexidade para mobilizar energia, consumir oxigênio e manter a temperatura interna constante.
Em seis milhões de anos, a seleção natural se encarregou de eliminar os portadores de características genéticas que dificultavam a movimentação necessária para ir atrás de alimentos, construir abrigos e fugir de predadores.
Se o corpo humano fosse projetado para os usos de hoje, para que pernas tão compridas e braços tão longos? Se é só para ir de um assento a outro, elas poderiam ter metade do comprimento. Se os braços servem apenas para alcançar o teclado do computador, para que antebraços? Seríamos anões de membros atrofiados, mas com um traseiro enorme, acolchoado, para nos dar conforto nas cadeiras.
A possibilidade de ganharmos a vida sem andar é aquisição dos últimos cinquenta anos. A disponibilidade de alimentos de qualidade acessíveis a grandes massas populacionais, mais recente ainda. A mesa farta e as comodidades em que viviam os nobres da antiguidade estão ao alcance da classe média, em condições de higiene bem superiores.
SAIBA MAIS
1. SEDENTARISMO
A PREGUIÇA HUMANA
2. ARTIGOS
OBESIDADE, PREGUIÇA E CÂNCER DE MAMA
Para quem já morou em cavernas, a adaptação a um meio com vacinas, saneamento básico, antibióticos, alimentação rica em nutrientes e tecnologia para fazer chegar a nossas mãos tudo o que necessitamos, foi imediata. Em boa parte dos países a expectativa de vida atingiu 70 anos, privilégio de poucos no tempo de nossos avós.
Os efeitos adversos desse estilo de vida, no entanto, não demoraram para surgir: sedentarismo, obesidade, e seu cortejo nefasto: complicações cardiovasculares, diabetes, câncer, degenerações neurológicas, doenças reumáticas e muitas outras.
Se todos reconhecem que a