1234
Quando consideramos os fatores extralinguísticos associados ao contexto de produção de um texto, percebemos a importância de sua participação na construção de sentido, na definição de uma formação ideológica e discursiva.
Como membros de uma sociedade, tomamos contato com a formação discursiva própria do nosso grupo social. Ela se torna a base dos discursos que construímos, mesmo que não tenhamos consciência disso. Por refletir a perspectiva ideológica de um grupo, o discurso é social. Assim, falamos, por exemplo, no discurso dos oprimidos e no discurso da classe dominante.
O termo discurso refere-se ao uso da língua em um contexto específico, ou seja, à relação entre os usos da língua e os fatores extralinguísticos presentes no momento em que esse uso ocorre. Por isso, o discurso é o espaço de materialização das formações ideológicas, sendo por elas determinado. Nesse sentido, pode ser visto como uma abstração, porque corresponde ”voz” de um grupo social.
O texto é um espaço de concretização do discurso. Trata-se sempre de uma manifestação individual, do modo como um sujeito escolhe organizar os elementos de expressão de que dispõe para veicular o discurso do grupo a que pertence.
A RELAÇÃO ENTRE DISCURSO E TEXTO
Há uma relação necessária entre discurso e texto, porque todo texto vincula-se a um discurso que lhe deu origem. O modo como um texto específico manifesta um determinado discurso é o que define o seu caráter subjetivo: ele nasce do olhar específico de uma autor, que toma decisões particulares sobre como falar sobre determinados temas.
A liberdade do autor de uma texto, porém, nunca será total, já que todos os membros de um grupo social expressam , em alguma medida, a formação discursiva que reflete a sua