1. Democratização e o currículo 2. Currículo e suas teorias
O termo currículo como um campo do conhecimento especializado de estudos, surgiu nos Estados Unidos, não por acaso no mesmo momento da institucionalização da educação de massas - democratização1 do ensino.
Neste contexto, em que forças diferentes procuravam moldar objetivos e formas da educação de massas, Bobbit escreveu, em 1918, o livro considerado um marco no estabelecimento do currículo como um campo especializado de estudos. Bobbit propunha: que a escola funcionasse da mesma forma que qualquer empresa, um modelo voltado para a economia, um funcionamento de escola de acordo com princípios da administração científica de Taylor.
A proposta de Bobbit constituiu uma vertente dominante no Estados Unidos no século XX e concorreu com outras vertentes mais progressista (de John Dewey, por exemplo), mas a primeira foi mais influente nos estudos sobre currículo. Resumidamente, a proposta de Dewey estava mais preocupado com a democracia do que com a economia e considerava, no planejamento curricular, os interesses e a experiências das crianças e jovens.
A proposta de Bobbit é mais influente, porque aferiu a educação um caráter científico. Não tinha necessidade de discutir abstratamente as finalidades da educação, porque elas estavam dadas pela própria vida ocupacional adulta, o que era preciso era pesquisar e mapear quais as habilidades necessárias para as diversas ocupações.
Na perspectiva de Bobbit, a questão do currículo é uma questão de organização, este modelo de currículo se consolida num livro de Tylor, em 1949, com influência em diversos países. Assim como o modelo de Bobbit, para Tyler currículo é uma questão técnica.
Tanto os modelos mais tecnocráticos (Bobbit e Tyler), quanto os mais progressista (Dewey), constituíam uma reação ao modelo clássico e humanista que dominava a educação secundária, modelo herdeiro das “artes liberais” da Antiguidade Clássica estabelecido na Idade Média e Renascimento (gramática, retórica e