08 GENETICA E ATIVIDADE FISICA
Estudos mostram a relação entre genética e desempenho esportivo, apontando o futuro da prescrição e orientação de atividades físicas.
Tema antes restrito aos filmes de ficção científica, o genoma humano vai se tornando mais um assunto atual do que uma promessa futura. Não levará muito tempo para que, com uma pequena amostra de pele, unha ou cabelo, possamos analisar informações genéticas de uma pessoa que definam o exercício ideal para contrabalançar suas potencialidades e deficiências. E é exatamente isso o que as pesquisas atuais no campo do Esporte e da Genética estão buscando.
O profissional Rodrigo Gonçalves Dias (CREF
-G/SP) é um desses pesquisadores que analisam a relação entre desempenho esportivo e o nosso DNA. Coordenador da linha de pesquisa “GENEs of HIGH performance”, parceria entre o InCor de São Paulo e a Polícia Militar do estado, Rodrigo estuda como o estímulo do treinamento físico modula o funcionamento dos genes. “Estamos identificando a “assinatura molecular” do treinamento físico, ou seja, dentre os cerca de . genes que compõem o genoma humano, quais sofrem expressivas alterações de expressão gênica com o treinamento”, descreve. Em outra etapa, os pesquisadores tentam entender por que indivíduos semelhantes apresentam diferentes graus de adaptações ao treinamento físico. “Trabalhamos na identificação de mutações genéticas que poderiam explicar o porquê de nossos sistemas fisiológicos não funcionarem de forma exatamente igual”, acrescenta.
E como essas pesquisas podem se traduzir em benefícios para a população? Ao obter as informações genéticas de uma pessoa, os profissionais de Educação
Física poderão identificar, de antemão, em qual trei-
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| Ano X | n° 45 | setembro de 2012
namento ela terá uma resposta melhor, aumentando consideravelmente a precisão na prescrição de exercícios físicos. “Esse conhecimento é fundamental para aqueles casos em que o exercício físico é utilizado como recurso não-farmacológico, na