07 A nova fam lia brasileira
Censo 2010 detalha a situação dos casais formados por pessoas divorciadas e dos lares em que os filhos são de apenas um dos cônjuges. Mudança na legislação facilitou separações e ajudou a ampliar o conceito de família
Por: Pollyane Lima e Silva e Cecília Ritto, do Rio de Janeiro17/10/2012 às 10:03 - Atualizado em 26/11/2012 às 18:02
Cosmo Corrêa e Carla Lage, com os filhos Enzo e Sofia, são retrato da nova família destacada pelo Censo 2010(Album de família/VEJA)
"A configuração dos relacionamentos faz com que se amplie o conceito de família. Em tese, as crianças passam a ter mais gente cuidando delas", diz a psicóloga Lulli Milman
Um novo recorte do Censo 2010, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE, mostra um retrato detalhado da família brasileira. O estudo confirma características observadas nos últimos anos, reflexo da mudança estrutural dos grupos familiares, da maior participação da mulher no mercado de trabalho, das baixas taxas de fecundidade e do envelhecimento da população. E detalha aspectos ainda não mensurados no país, como a maior disposição dos brasileiros para dar início a um novo relacionamento conjugal depois de uma (ou mais) experiências de vida a dois - resultado também da mudança na legislação no mesmo ano do estudo, o que tornou o divórcio algo possível com uma simples passagem pelo cartório.
A novidade que emerge do estudo vem da preocupação do IBGE de, pela primeira vez, analisar as famílias reconstituídas. Ou seja, "os núcleos constituídos depois da separação ou morte de um dos cônjuges". Esses grupos representam 16,3% do total de casais que vivem com filhos, sendo eles de apenas um dos companheiros ou de ambos. São mais de 4,4 milhões as famílias com essas características atualmente - o restante, quase 84%, é formado por casais com filhos do marido e da mulher vivendo juntos no momento da entrevista.
A composição de casais com filhos ainda representa a maioria das famílias brasileiras, apesar da queda