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Em Sonho de uma noite de verão, os duendes da floresta atrapalham a vida de alguns e salvam o amor de outros. É uma grande brincadeira de Shakespeare que se inspirou nas lendas gregas para brincar com o leitor.
Foi no inverno europeu do início de 1596 que o bardo escreveu e encenou esse texto, provavelmente por encomenda, para um casamento de nobres. Claro, nada melhor que a lembrança do verão, do encantamento das fadas, de cenas de humor contagiante para aquecer noivos que se casam na época mais fria - embora se trate de um sonho para qualquer estação do ano.
A peça, como era de se esperar, foi muito bem recebida, e desde então nunca deixou de desfrutar a preferência do público, sendo uma das mais encenadas e adaptadas para outros meios, como o cinema e até a música erudita.
Nesse quarto volume da Coleção Shakespeare, o escritor e tradutor Fernando Nuno faz uma versão da história para o jovem leitor do século XXI, numa prosa fluente, de modo a poder ser lida como um pequeno romance de aventura cheio de peripécias e graça. Shakespeare escreveu para ela dois finais diferentes: o primeiro, com as bênçãos de Oberon e Titânia aos noivos, foi apresentado na encenação original, por ocasião do casamento mencionado; o segundo, em que o duende se dirige diretamente a nós, leitores/espectadores, era encenado nas representações públicas.