Resenha do capítulo "cultura: um conceito reacionário?", do livro "micropolítica", de félix guattari e suely rolnik

Resenha do capítulo Cultura: um conceito reacionário?, do livro Micropolítica, de Félix Guattari e Suely Rolnik Conforme o autor, o conceito de cultura é reacionário, e é uma maneira de separar atividades semióticas, as quais são cortadas de suas realidades políticas. A cultura enquanto esfera autônoma só existe, afirma, a nível dos mercados de poder e econômicos. Os modos de produção capitalísticos funcionam no registro dos valores de troca e também através de um controle da subjetivação, a qual Guattari chama de “cultura de equivalência” ou “sistemas de equivalência na esfera da cultura”. Desse ponto de vista, o capital ocupa-se da sujeição econômica, e a cultura, da sujeição subjetiva, essa sendo a própria essência do lucro capitalista. Segundo o autor, a cultura de massa produz indivíduos normalizados conforme sistemas de submissão dissimulados, de forma que há um produção de subjetividade inconsciente, tanto individuada como social. Guattari designa três sentidos que a palavra cultura teve no decorrer da História: A. cultura-valor (sistemas de valor distintivos; quem tem e quem não tem cultura); B. cultura-alma coletiva (níveis territoriais da cultura; a qual todos têm); e C. cultura mercadoria (produção e difusão de mercadorias culturais). Para o autor, os três sentidos funcionam ao mesmo tempo, complementando-se; o duplo modo de produção da subjetividade, a industrialização da produção de cultura segundo os níveis B e C não renunciou ao sistema do nível A.…

Vol. 1 de Capitalisme et schizophrénie. Paris : Minuit, 1972. (2ª ed., 1973) Kafka : Pour une littérature mineure. Paris : Minuit, 1975. Rhizome. Paris : Minuit, 1976. Politique et psychanalyse. Alençon : Bibliothèque des Mots Perdues, 1977. Mille Plateax. Vol. 2 de Capitalisme et schizophrénie. Paris : Minuit, 1980. Qu’est-ce que la philosophie ? Paris : Minuit, 1991. Com Toni Negri Les noveaux espaces de liberté. Paris : Dominique Bedou, 1985. Livros exclusivamente em…

totalização possível em territórios demarcáveis, sem fronteiras estáveis, em constantes rearranjos. Suely RolnikSe caminhamos próximos a Compagnon ele nos diz que a Crítica plenamente subjetiva, tida no âmbito do gosto e do não gosto, nos obriga a cair num ceticismo da valoração, mas que uma tentativa de fundamentação e objetividade da mesma pode sobrevir num fracasso. Consideradas, obviamente, a importância da obra e do leitor nos dois pólos deste duelo de forças, bem como todo um…

ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989. Capítulo I e II O desejo é o maior ponto que se encontra em Rolnik. Ela o define como o processo de produção de universos psicossociais, os quais não totalizam, não são dados nem infinitos, mas que se desdobra em 3 movimentos simultâneos. No primeiro movimento, enfoca o corpo vibrátil, o corpo sendo tocado pelo invisível das experiências. Nestas ultimas, os corpos…

quando impulsionados por afetos, por intensidades, por desejos. O corpo é a superfície onde estas intensidades são sentidas; superfície esta que se modifica a partir das mesmas. É através do corpo que se conecta dentro e fora, sujeito e mundo, num incessante movimento de desterritorialização e desterritorialização da subjetividade (FERREIRA NETO, 2004; ROLNIK, 2006). Podemos, entretanto, experimentar estas intensidades que nos deslocam ou nos fechar à elas; nos fazer corpo sem órgãos,…

Brasil ela vem se atualizando como um método e/ou procedimento de pesquisa. A seguir buscamos desenvolver algumas conexões que ajudam a melhor compreender esse movimento de transição. 3.1. A cartografia e seus desdobramentos metodológicos no Brasil Em 1982, a brasileira Suely Rolnik acompanha a vinda de Guattari ao Brasil. Juntos escrevem: Micropolítica. Cartografias do desejo (1986). Em 1987 Rolnik defende sua tese em Psicologia Social na Pontifícia Universidade Católica de São…

é apresentado por Deleuze (1990, p.135) do seguinte modo: Um processo de subjetivação, isto é, uma produção de modos de existência, não pode se confundir com um sujeito, a menos que se destitua este de toda interioridade e mesmo de toda identidade. A subjetivação sequer tem a ver com a “pessoa”: é uma individuação, particular ou coletiva, que caracteriza um acontecimento ( uma hora do dia, um rio, um vento, uma vida... ). É um modo intensivo e não um sujeito pessoal. É uma dimensão…

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO Análise dos textos: “Psicologia: Subjetividade, ética e cultura” (Rolnik, Suely) e “Laicidade” (Serres, Michael) Professora: Profa. Janaína Mariano César ALCIONE EMERICH VITÓRIA 2014 Ambos os textos se complementam nos fazendo aprofundar a reflexão sobre a nossa subjetividade. No texto “laicidade” fala-se de um tal…

em cheque as “certezas” sobre o futuro do desenvolvimento, uma vez que cada território possui, em nível local, idiossincrasias próprias, maneiras específicas de relacionar-se com a globalização, de modo a extrair dela benefícios ou acumular prejuízos. Sobre isso, Felix Guattari e Suely Rolnik falam em uma postura de contraposição aos bens simbólicos que representam a existência concomitante da “cultura-valor” – cultura como meio de distinção dos sujeitos e acumulação de cultura erudita…

que cotiza estas produções ao mesmo nível de objetos como iates, jatos e relógios do mercado de luxo. Sem apelar ao moralismo, a questão que se coloca é se seria possível existir uma deriva para o artista por outros caminhos, e quais seriam as crises atuais do artista. A cerca do tema Suely Rolnik verifica que o capitalismo contemporâneo tem como um dos alvos privilegiados a vida em suas diferentes fórmulas de criação, estando incluídos nesses alvos as modalidades de produção de…