Grupos de intervenção
Neste trabalho pretendemos fazer uma reflexão acerca da temática Corpo e Contemporaneidade, uma vez que o corpo pode ser pensado como dispositivo que coloca os sujeitos em contato com o mundo externo e que, por isso, atualiza as subjetividades dos mesmos. Se pensarmos a produção de subjetividades como processo que ocorre em constante movimento e conexão entre mundo externo e interno, podemos também pensar que estes movimentos só se dão quando impulsionados por afetos, por intensidades, por desejos. O corpo é a superfície onde estas intensidades são sentidas; superfície esta que se modifica a partir das mesmas. É através do corpo que se conecta dentro e fora, sujeito e mundo, num incessante movimento de desterritorialização e desterritorialização da subjetividade (FERREIRA NETO, 2004; ROLNIK, 2006). Podemos, entretanto, experimentar estas intensidades que nos deslocam ou nos fechar à elas; nos fazer corpo sem órgãos, de experimentação, criação, desejo, intensidades e linhas de fuga; ou corpo com órgãos, fechado, desatualizado, sem potência. Assim, o que se problematiza neste trabalho é como vivenciamos o corpo na atualidade, em que a fluidez é a máxima vigente? Até que ponto nos deixamos tocar? Em que momentos nos fazemos experiência e intensidade, e em quais outros nos fazemos obsoletos, buscando um fechamento para o mundo? O que se perde ao se fazer corpo-sem-órgãos?
REFERÊNCIAS:
FERREIRA NETO, J. L. . Processos de subjetivação e novos arranjos urbanos. Revista do Departamento de Psicologia (UFF), Niterói, v. 16, n. 01, p. 111-120, 2004.
ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina; Editora da UFRGS,