Al m dos muros e das grades

rede para amortecer a queda. Faça como Heleusa e Rosielis, viva intensamente. Edson Passetti Professor Livre Docente em Ciências Sociais da PUC-SP 13 14 IMAGENS, LEMBRANÇAS E VIVÊNCIAS Cada vida são muitos dias, dia após dia. Caminhamos através de nós mesmos, encontrando ladrões, fantasmas, gigantes, velhos, jovens, esposas, viúvas, irmãos do amor. Mas sempre encontrando-nos a nós mesmos. (James Joyce) As prisões, nas imagens que construí através da literatura, das histórias infantis de medo, dos filmes e das informações da mídia, modelaram-se, durante muito tempo, em espaços de punição motivados pela inveja, usura e desejo de poder. Condenados encantados eram libertados por virtuosos salvadores, cuja bondade transformava andorinhas com alfinetes espetados na cabeça em lindas princesas; feras viravam príncipes pelo desprendimento de Belas seqüestradas e a chave tentação do quarto proibido do Barba-Azul que levara a morte mulheres curiosas. Mais tarde, a leitura dos emocionantes livros de Alexandre Dumas, O Conde de Monte Cristo e O Homem da Máscara de Ferro, mostrou-me os sombrios calabouços que guardaram Edmond Dantès, e os infelizes irmãos Felipe e Luis. Gaston Leroux, em seu livro O Fantasma da Ópera, descreveu a câmara da morte, no temível quarto dos espelhos com o “laço do Penjab”, construída nos subterrâneos da Ópera, onde o Conde Raul ficou preso e foi salvo pelo amor e compaixão demonstrados por Cristina ao beijar Eric em sua face corroída pelo ácido…

foucaultiano de uma "arqueologia do silencio" transformou-se em silencio puro e simples - por vezes acompanhado de uma muda contempla~ao estetizante. Essa involm;ao aparece num livro recente, que reUne ensaios redigidos por Foucault e por alguns dos seus colaboradores; a!em desses, traz VariDS documentos sabre 0 caso de urn jovem campones que, no inicio do seculo XVil, matou a mae, a inna e urn ir- mao. A analise versa acima de tudo sobre a interse~o de duas linguagens de exclusao que…