Fichamento MILIBAND, Ralph. Reflexões sobre a crise dos regimes comunistas

Fichamento: MIGLIOLI, Jorge. Marx e o Colapso da União Soviética. Crítica Marxista, Campinas, n. 01, vol. 1, 1994. P. 61-80. Miglioli aponta que, para Marx, o socialismo só seria possível quando o capitalismo tivesse se desenvolvido de forma plena, atingindo todas suas potencialidades. Daí decorrem algumas indagações, como a necessidade ou não de forças revolucionárias para promover a queda do capitalismo que, se tidas como necessárias, levam a interrogar como se pode saber o momento em que o sistema já se desenvolveu a ponto de poder ser derrubado, seja progressivamente, seja abruptamente, e colocam em questão o sistema sócio-econômico que serviria de substituto, se é necessariamente o socialismo ou mesmo um sistema involuntariamente gerado por seus opositores. O autor cita então como exemplo, a URSS, que ainda que se apresentasse sob a égide do discurso socialista-marxista, pouco tinha de socialismo de fato. Miglioli denomina esse terceiro sistema instalado de “soviético”, e apresenta dois elementos basilares para seu colapso: 1) o sistema capitalista não estava plenamente desenvolvido na Rússia 2)o sistema soviético se contrapunha ao desenvolvimento das forças produtivas no país Isso ocasionou desgaste junto à população, que não concedeu legitimidade ao sistema. Para promover o desenvolvimento econômico, a URSS se apoiou na propriedade estatal dos meios de produção, na forma extremamente centralizada de planejamento e gestão da economia, no trabalho…

1960, um importante movimento de renovação da teoria marxista da política e, particularmente, de sua teria do Estado. Duas eram as questões enfrentadas por esse movimento de renovação: i) por que o Estado serve aos interesses da classe capitalista? ii) como o Estado funciona de modo a manter e expandir o sistema capitalista? O presente curso pretende abordar criticamente esse percurso teórico por meio da reconstrução de três importantes debates que tiveram lugar ao longo das décadas…

O Estado capitalista: uma resposta a Miliband e Laclau1 NICOS POULANTZAS Há seis anos, a publicação de The State in Capitalist Society, de Ralph Miliband2, deu origem a um debate entre mim e o autor nas colunas de New Left Review3. Critiquei o livro e Miliband respondeu, apresentando na seqüência uma crítica do meu próprio Pouvoir politique et classes sociales4. Não respondi a essa crítica naquele momento; nem o fiz quando Miliband subseqüentemente publicou uma 1 Nota dos Tradutores…

Questões dissertativas sobre democracia 1. Tudo isso é uma crítica à democracia burguesa que marxistas e outros têm feito corretamente. Há, contudo, uma crítica diferente, que complementa a primeira, e que é, sob alguns aspectos, ainda mais fundamental. Trata-se da questão de que o tipo de sistema representativo e parlamentar que é elemento essencial da democracia burguesa é, em qualquer caso e qualquer que seja seu contexto, não democrático [...]. MILIBAND, Ralph. “Reflexões sobre…

predições nem as prescrições. Subdivisões: * Instrumentalismo - Partindo de Marx, autores como Ralph Miliband discutem que o Estado não é um agente neutro, mas sim um instrumento para a dominação de classes. o Estado age como um instrumento que serve aos interesses de longo prazo de toda a burguesia. Em seu livro, The State in Capitalist Society (O Estado na Sociedade Capitalista), Miliband toma como ponto de partida não o processo político em si, mas a forma de organização econômica…

colaboradores do jornal Marxism Today, cuja crítica do thatcherismo influenciou líderes trabalhistas como Neil Kinnock ou Tony Blair, mas nos últimos anos mostrava-se cada vez mais pessimista em relação à esquerda britânica e ao Partido Trabalhista em particular. Numa entrevista dada há dois anos ao diário The Guardian, afirmava: “A esquerda está em apuros: não tem ideias e não tem uma perspectiva própria e autónoma”. Nascido em 1932 em Kingston, no seio de uma família jamaicana de…

critério efectivos e o critério da extensão dos interesses em causa. Stanislaw Ehrlich apresentou a seguinte classificação dos grupos. a) Grupos económicos; b) Grupos não económicos; c) Grupos políticos; A última categoria diz respeito aos partidos políticos, e distingue-se das categorias anteriores, precisamente porque, ao contrário dos grupos de interesses e dos grupos de pressão, os partidos políticos são organizações regulares e permanentes que lutam pela aquisição,…

nada, mas o uso da coerção para defender capitalismo como um classe social.21 Em vez de servir os interesses da sociedade como um todo, nesta perspectiva o Estado serve aqueles de uma pequena minoria da população. Entre os marxistas, tal como acontece com outros temas, há muitos debates sobre a natureza eo papel do Estado capitalista. Uma divisão é entre os "instrumentistas" e as "estruturalistas". No primeiro, alguns marxistas contemporâneos aplicar uma interpretação literal do…

formas de ação e na inter-relação da sustentação recíproca entre as ações dos pertencentes à mesma classe. Em que medida haja consciência de todos esses elementos, e eles se manifestem nos processos decisórios coletivos voltados para um resultado específico – eis um problema que põe uma série de questões empíricas quando à formação e à história das classes (THERBORN, 1989, P. 437-8). O propósito deste artigo é discutir, mais uma vez, a possibilidade (e os impedimentos) de uma…

Política. Desenvolvimento histórico da Ciência Política. Atividades práticas de ensino supervisionadas. BIBLIOGRAFIA BÁSICA  CARNOY, Martim. Estado e Teoria Política. 2. ed.     Campinas: Papirus, 1988. DUVERGER, Maurice. Ciência Política: Teoria e Método. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. MAAR, Wolfgang Leo. O Que é Política. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. MINOGUE, Kenneth. Política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política. v. 1, São…