O Normal E Patologico Georges Canguilhem

invés de discuti-lo em um curso de filosofia. “A filosofia é uma reflex~o para a qual qualquer matéria estranha serve, ou diríamos mesmo para a qual só serve a matéria que lhe for estranha” 6 . Esta frase é de um filósofo da ciência chamado Georges Canguilhem, orientador de Michel Foucault. Talvez ela seja a melhor frase para aqueles que começam um curso de filosofia. Pois ela fornece uma boa resposta ao problema do objeto próprio à filosofia. Se descartarmos a visão historiográfica que…

Normal X Anormal: De acordo com a filosofia, a “normalidade” deve ser entendida como um estado de equilíbrio do organismo, seja do ponto de vista do corpo ou da mente. Segundo João de Fernandes Teixeira, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a sentença “de perto, ninguém é normal” já era em grande medida professada pela filosofia e vem cada vez mais sendo estudada e desenvolvida. Embora os filósofos tenham criticado a existência de padrões de normalidade/anormalidade rígidos…

A VELHICE GROISMAN, D.: ‘A velhice, entre o normal e o patológico’. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 9 (1):61-78, jan.-abr. 2002. A velhice, entre o normal e o patológico Old age, normality versus pathology Com a ascensão do envelhecimento da população brasileira ao posto de ‘problema social’, assistimos a um crescimento cada vez maior do número de especialistas dedicados a este ‘grupo etário’: os geriatras e gerontólogos, que ocupam papel…

fundamental com a qual a nos debatemos no mundo atual é o que podemos definir como sendo critério de normal? Segundo Benilton Bezerra (2013) existem duas maneira de se responder essa pergunta: a primeira resposta tem uma ambição objetiva, científica. Precisamos saber o que é uma pessoa normal para saber o que é anormalidade. É uma perspectiva naturalista de que se possa alcançar a ideia de normal com base na regularidade, na normalidade estatística e na ideia de função. Para isso,…

três tipos: Fenômenos semelhantes; fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes; e fenômenos qualitativamente novos, diferentes. Todavia, além da ciência da psicopatologia em si, existem diversas definições sobre o que pode ser considerado normal e anormal, traçando assim um ponto de partida para estudo e analise de possíveis patologias. Para tanto, a escolha da definição para serem escolhidas dependem puramente do critério escolhido pelo profissional que lida com elas, que pode…

formulada por Georges Canguilhem, numa conferência realizada no Collège Philosophique, em 18 de dezembro de 1956. À pergunta inicial “O que é a psicologia?” segue-se “Onde querem chegar os psicólogos fazendo o que fazem?”, numa apreciação crítica tanto da pretensão de cientificidade da psicologia como do próprio fazer do psicólogo. Este buscaria, “numa eficácia discutível”, a sua “importância de especialista”. No entanto, e aí está o que de fato deve nos preocupar na argumentação de…

socorrer um amigo vítima de psicose maníaca aguda. Porém, somente cerca de 1786 tratou de doentes mentais, contratado por Belhomme para atender em sua clínica para doentes mentais aristocratas. Tornou-se amigo do filósofo e fisiologista Pierre Jean Georges Cabanis (1757-1808) e do médico Michel-Augustin Thouret (1748-1810) que viria a ser posteriormente, em 1794, o primeiro diretor da Ecole de Santé de Paris, após reformada pela Revolução. Cabanis o introduziu aos salões de Madame…

aspectos epistemológicos que dificultam tal diálogo. Historicamente, observamos uma hegemonia das ciências biomédicas no contexto da Saúde Coletiva, seja nas definições de saúde e de doença, seja na explicação dos fatores envolvidos nos processos patológicos. Torna-se inadequado, nesta lógica, explicar tais fenômenos por meio de determinações próprias da estrutura social de uma sociedade. O objetivo do presente ensaio, ao rever três modelos teóricos explicativos do processo…

interesses que as regem indicam ser vantajoso estabelecer o ditame de que saúde só pode ser obtida com a ausência de doenças. Um dos principais autores, na epistemologia médica, que debruçou sobre a questão conceitual foi Georges Canguilhem. Seguindo seus ensinamentos (Canguilhem, 1995), a “saúde é uma margem de tolerância às infidelidades do meio” (p.159). Como o meio social comporta acontecimentos e instituições precárias, essa infidelidade é exatamente sua história, seu devir. Assim,…

aspectos epistemológicos que dificultam tal diálogo. Historicamente, observamos uma hegemonia das ciências biomédicas no contexto da Saúde Coletiva, seja nas definições de saúde e de doença, seja na explicação dos fatores envolvidos nos processos patológicos. Torna-se inadequado, nesta lógica, explicar tais fenômenos por meio de determinações próprias da estrutura social de uma sociedade. O objetivo do presente ensaio, ao rever três modelos teóricos explicativos do processo…