Não sei quantas almas tenho - Fernando Pessoa (Análise)

Não sei quantas almas tenho Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que eu sou e vejo. Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem, Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo: "Fui eu"? Deus sabe, porque o escreveu. No poema “Não sei quantas almas tenho” o poeta reflete acerca de si próprio, tentando responder à questão “Quem sou eu?”. Na segunda estrofe, o poeta volta a centrar-se em si próprio utilizando uma tripla adjetivação para se autocaracterizar “Diverso, móbil e só”. Aponta, uma vez mais, para a multiplicidade do sujeito poético “Diverso”, definido como um ser volúvel e inconstante “móbil” e salientando a sua solidão “só”. Os dois últimos versos são um desfecho lógico para o poema sendo “alheio” à forma como a sua vida se desenrola, não passando de um “espectador” que assiste à sua “passagem”, o sujeito poético não poderia tão pouco redigir notas à margem no “livro” da sua vida. O último verso encerra a resposta à interrogação retórica do verso anterior: alguém superior ao próprio sujeito comanda a sua vida.

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Analise Formal do poema “Não sei quantas almas tenho” Este poema chamado “Não sei quantas almas tenho” é um ortónimo de Fernando pessoa. De seguida irei fazer a análise formal do poema a nível estrófico, métrico e rimático. Para começar, quanto ao nível estrófico podemos concluir que este poema é constituído por 24 versos distribuído por 3 oitavas (estrofe com 8 versos). Ao nível rimático pode verificar que é um poema regular em todas as estrofes porque as oitavas têm…

Não sei quantas almas tenho Poesia de Fernando pessoa Trabalho realizado por: Diogo Dias Não sei quantas almas tenho Não sei quantas almas tenho. Atento ao que eu sou e vejo, Por isso, alheio, vou lendo Cada momento mudei. Torno-me eles e não eu. Como páginas, meu ser. Continuamente me estranho. Cada meu sonho ou desejo O que segue prevendo, Nunca me vi nem achei. É do que nasce e não meu. O que passou a esquecer. De tanto ser, só tenho alma. Noto à margem do que li Sou minha…

Não sei quantas almas tenho Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo…

Poético: Fernando Pessoa Não sei quantas almas tenho Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por…

do cotidiano, a reescrita de textos do passado, e diversas outras. Fernando Pessoa Fernando Antônio Nogueira Pessoa foi um dos mais importantes escritores e poetas do modernismo em Portugal. Nasceu em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa (Portugal) e morreu, na mesma cidade, em 30 de novembro de 1935. Fernando Pessoa usou em suas obras diversas autorias. Usou seu próprio nome (ortônimo) para assinar várias obras e pseudônimos (heterônimos) para assinar outras. Os heterônimos de…

A fragmentação do “eu” A fragmentação do “eu” de Fernando Pessoa resulta da constante procura de resposta para o enigma do ser. Pessoa vê-se confrontado com a sua pluralidade, ou seja, com diferentes “eus”, sem saber quem é nem se realmente existe, observado em “Não sei quantas almas tenho” . É através da fragmentação em múltiplas personalidades que Pessoa tenta encontrar-se e à unidade que tanto procura, de modo a conseguir estabelecer um equilíbrio entre o sentir e o pensar. A…

Fernando Pessoa Poeta português Biografia de Fernando Pessoa: Fernando Pessoa (1888-1935) foi poeta português. Um dos mais importantes poetas da língua portuguesa. "Mensagem" foi um dos poucos livros de poesias publicado em vida. Fernando Pessoa ocupou diversas profissões, foi editor, astrólogo, publicitário, jornalista, empresário, crítico literário e crítico político. Fernando Pessoa (1888-1935) nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 13 de junho de 1888. Ficou órfão de pai aos 5 anos…

FERNANDO PESSOA Fernando Pessoa e um poeta portugues que, ao fazer uso de heteronimos independentes (Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Alvaro de Campos) para construir suas ideias no ambito literario, tornou-se o grande nome do movimento modernista em Portugal no inicio do seculo XX. Neste trabalho serao postos sob analise o poema ''Nao sei quantas almas tenho'', de Fernando Pessoa (ortonimo), e o poema XXIV de ''O Guardador de Rebanhos'', de Alberto Caeiro, de modo a identificar as…