Trabalho
Poesia de Fernando pessoa
Trabalho realizado por:
Diogo Dias
Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho. Atento ao que eu sou e vejo, Por isso, alheio, vou lendo
Cada momento mudei.
Torno-me eles e não eu.
Como páginas, meu ser.
Continuamente me estranho. Cada meu sonho ou desejo O que segue prevendo,
Nunca me vi nem achei.
É do que nasce e não meu. O que passou a esquecer.
De tanto ser, só tenho alma.
Noto à margem do que li
Sou minha própria paisagem,
Quem tem alma não tem calma.
Assisto à minha passagem, O que julguei que senti.
Quem vê é só o que vê,
Diverso, móbil e só,
Quem sente não é quem é,
Deus sabe, porque o
Não sei sentir-me onde estou.
Releio e digo: "Fui eu"? escreveu. Fernando Pessoa
*Análise formal
Não sei quantas almas tenho
6 Não sei quantas almas
a
6 tenho.
b
6 Cada momento mudei.
a
6 Continuamente me
b
6 estranho.
c
6 Nunca me vi nem achei.
c
6 De tanto ser, só tenho alma.d
6 Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
- 3 oitavas
- Métrica regular (6 sílabas) - Rima
f cruzada/emparelhado e versos soltos
*Análise do conteúdo
1ª
Não sei quantas almas tenho Estrofe
Não sei quantas almas tenho. Despersonalização de Pessoa (ex.1)
Cada momento mudei.
(ex.2)
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.(ex.3)
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não(ex.4) tem calma.
Quem vê é só o que vê,
-Quem
Exteriorização torna-o sente não é quem é, estranho à própria vida
(ex.4)
- Sujeito
Poético
apresenta
nesta estrofe uma reflexão que nos leva a verificar que não se reconhece. (ex.2)
- Por ser múltiplo (heterónimos) o sujeito
reconhece
poético
(ex.3)
não
se
*Análise do conteúdo
2ª
Não sei quantas almas tenho Estrofe
Atento ao que eu sou e vejo,
Despersonalização de Pessoa (ex.1)
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,(ex.2)
Diverso, móbil e