Mito Sebastianista

Mas uma diferença é crucial, como bem indica Prado Coelho: Camões exorta um D. Sebastião ainda vivo, ciente que está de um Império que embora em perigo pode ainda sobreviver e renovar-se, enquanto que Pessoa exorta um D. Sebastião morto, feito já mito e esperança. Seja como for, aqui também está uma semelhança fundamental: ambos os poemas não são saudosistas, mas sim exortativos, renovadores, impetuosamente corajosos. O que os distancia, aproxima-os, de certa maneira. Isto porque, se estudarmos

- numa manhã de nevoeiro. Essa crença transformou-se em mito, quando permaneceu no imaginário coletivo português, agora desgarrada de qualquer contingência histórica. Trata-se, pois, de um mito messiânico, por associar a renovação da pátria ao aparecimento de uma figura emblemática). PERSONAGENS CRENÇA MOTIVO D. Maria Sebastianista Discípula de Telmo, que lhe conta as histórias sobre o regresso do Rei (p. 167) Telmo Pais Sebastianista Defende o Sebastianismo porque tem esperança…

Sebastianismo na contemporaneidade, em Portugal e no Brasil O sebastianismo é, sem dúvida, manifestação do mito messiânico, nascido da esperança da volta do rei D. Sebastião – o qual já era chamado “O Desejado” pelos portugueses desde os três anos de idade – para restituir ao Império Português a sua independência dentro da Península Ibérica. Com a vinda dos colonos ao Brasil, chegaram também seus mitos e crenças, que cresceram ao ponto de se manifestarem em episódios sangrentos do…

| |O poeta dirige-se a D. Sebastião, que era uma realidade viva, e |D. Sebastião é uma entidade que vive na memória saudosa do poeta, uma | |invectiva o rei a realizar novos feitos que dêem matéria a uma nova |sombra, um mito. | |epopeia. | | |A memória e a esperança situam-se no mesmo

Na peça “Frei Luís de Sousa” o sentimento sebastianista é personificado principalmente por Maria e por Telmo, mas também, em parte, por Madalena. O drama consiste no facto de a expectativa do regresso de D. João de Portugal arrastar consigo o regresso do rei, desaparecido na mesma batalha (Alcácer Quibir - 1578), o que, desde logo, colocaria em causa o adultério do segundo casamento de D. Madalena com D. Manuel de Sousa Coutinho e a ilegitimidade da filha D. Maria, que tais factos eram…

pátria que outrora fora imperial e que deixa saudes da sua época dos Descobrimentos. Aqui é retratado o mito sebastianista que consiste "no que houve, no que há" ou seja, no mito da importlaidade do ser apesar da morte física. O "Quinto império" simboliza a luz escondida no "Nevoeiro" e que irá descobrir para, assim, uma nova Era se edificar. N"O encoberto" está patente o sonho renovado no mito de um recomeço. Luís Vaz de Camões escreveu em "Os lusíadas" sobre assuntos que Fernando…

relação à filha. Maria é apresentada como uma criança débil e muita astuta para a idade; madalena não quer que Telmo lhe dê conselhos, para não revelar alguns receios que Madalena alimenta. D. Madalena diz a Maria, a propósito das suas ideias sebastianistas e da sua curiosidade perspicaz, : “tu dizes coisas” e tenta desacreditar a voz do povo que tanto significado tinha para Maria:” Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe”. Para Madalena não passava de uma “quimera” 3. «Teimo .…

“O DESEJADO” INTRODUÇÃO: CONTEXTO SÓCIO-CULTURAL E POLÍTICO No momento em que surge a Mensagem, vivia-se em Portugal um descrédito político e económico muito acentuado. Fernando Pessoa tenta, então, renovar o mito sebastianista, de forma a elevar o moral dos Portugueses que estavam adormecidos e nada faziam para reerguer a Pátria, outrora esplendorosa. No fundo, Pessoa vai glorificar a história de um povo que, apesar de, no presente, se encontrar num estado de decadência, ainda irá…

rei na batalha em África foi considerada uma das maiores tragédias da história Portuguesa, uma vez que a crise que já vinha do antigo governo só piorou e o trono português foi dominado pela Espanha. Esse cenário desolador propiciou a consolidação do mito sebástico, que já vinha se manifestando em Portugal com as trovas proféticas de Bandarra, diante da falta de auto-estima, a nação, antes orgulhosa de suas glórias passadas, começou a conservar a esperança no retorno de D. Sebastião, que…

patrióticos com sensibilidade histórica e mitológica. O aparecimento do mito sebastianista e de outros presságios, nesta obra, reforçam o caracter romântico de Garrett e o interesse e atractivo no desenrolar deste drama, pois a contrariedade de sentimentos em relação ao aparecimento de D. Sebastião não é apreciado, na obra, de uma maneira uniforme e invariável. Tendo em conta a época histórica da obra, As superstições e mitos, nesta peça, são fundamentais. As crenças, os sonhos e o…