Y colorín colorado, este cuento se ha terminado: estratégias de enunciação em o beijo da mulher aranha

propusessem alternativas ou estratégias que reduzissem os efeitos danosos. Os pensadores mais otimistas, ao repensarem a culturra de massa, acreditam tratar-se de um espaço dinâmico e em conflito, no qual os próprios meios (mass media) para a veiculação, divulgação e consumo dos produtos culturais estariam em permanente reelaboração e transformação em função das demandas da vida em sociedade. Em contrapartida do pessimismo adorniano em relação à capacidade de indivíduos ou da sociedade com como um todo, livrar-se da domesticação imposta pela indústria cultural, tal linha de pensamento procura ressalar o papel da mediação de valores culturais e entrecruzamentos das diferentes práticas dos concernidos. Garcia Canclini, por exemplo, remete-nos à ideia de redes fluidas, nas quais cada pulo (entre alta e baixa cultura, entre arte e entretenimento, enfim, entre cultura de massa e erudita) não aparece como entidade fixa, mas sim como palco onde se realizam processos de hibridização. O risco que se corre, no entanto, quando muitos críticos reduzem o pensamento adorniano (considerando-o como elitista, ou aceitando-o como dogma) é o de ostentar um certo cinismo em realação ao que sobra para a massa na divisão de bens culturais. Não raro podemos ouvir: “não abro mão de poder ler e reler Dom Quixote de la Mancha, Ulisses, O processo, O aleph, Jogo de amarelinha, não leria, mas não acho nada de errado no fato da maioria das pessoas (a massa) só lerem obras do tipo “Diário de um mago,