“Frei Luís de Sousa”: texto refletivo
A obra “Frei Luís de Sousa”, baseia-se num contexto histórico que permite ao autor, Almeida Garrett, criar o seu enredo ficcional, partindo de personagens verdadeiras da história de Portugal e as suas respetivas épocas. Verificamos, assim, que a obra remete para a época do domínio filipino, 21 anos após a batalha de Alcácer Quibir. Um aspeto ainda de igual relevância, é o mito sebastianismo presente na ação, de forma comparativa, que consiste no regresso de D. João de Portugal, para muitos considerado morto, e a sua respetiva liderança como salvação dos Homens. No decorrer da ação, podemos claramente perceber que se estabelece uma oposição entre o amor e a morte. Por um lado, podemos testemunhar o amor que Manuel e Madalena sentem por Maria, sua filha, repleta de beleza e pureza e, acima de tudo, inocência perante os seus atos. Por outro lado, vemos ainda que Manuel, após o regresso de D. João de Portugal na figura de Romeiro, espera a morte da sua filha, ofuscado pela dor que sente. Esta contradição leva-nos a pensar no amor e na morte como duas coisas que se conseguem interligar. Neste caso, observamos que o amor é de tal forma intenso, que quando a desgraça acontece e Manuel se apercebe que Maria não está assim tão bem tenta, ainda que sem ânimo, pedir a Deus que a leve, no entanto, acabamos por ver que depois, devido ao amor sentido, acaba por pedir vida para a filha, em troca da sua. Outra temática presente na obra á a liberdade do indivíduo e a força do seu destino. Aqui, podemos aludir à liberdade como uma associação à liberdade de amar. As personagens têm o direito de amar e tal ato ditará o seu destino, na maior parte dos casos. Por exemplo, Madalena, ao decidir amar Manuel, após o desaparecimento de D. João, traçou o seu destino. Devido a essa escolha, viu realizarem-se todos os seus maiores medos, de entre os quais o facto de ter voltado para a casa que partilhava com D. João e, respetivamente, o