Ética e Educação
O papel da educação e dos seus protagonistas na superação da alegada crise de valores contemporânea Pelas estatísticas podemos verificar que a criminalidade e a delinquência juvenil têm aumentado no nosso País e que os protagonistas são cada vez mais jovens e muitos deles em idade escolar. As famílias, algumas delas desestruturadas, não conseguem contrariar os comportamentos desviantes dos nossos jovens e vão convivendo paredes-meias ou debaixo do mesmo tecto com alguns deles que para obterem drogas são capazes de tudo. Também para conseguirem roupas e ténis de marca, telemóveis topo de gama, entre outros, alguns deles chegam a usar a força e a violência. Muitos destes jovens são oriundos de bairros sociais ou de “lata” e vivem entregues a si próprios, vadiam e deambulam pelas ruas nos grandes centros urbanos. Como, na sua maioria, os pais trabalham, falta tempo e a sua educação é entregue à Escola, iniciando-se esta nos jardins-de-infância com a denominada Escola a Tempo Inteiro. Actualmente, vivemos uma crise de valores porque, em minha opinião, o nosso País não se preparou da melhor forma para responder à massificação do Ensino e para a integração social de todos os nossos jovens, nomeadamente dos imigrantes vindos dos países de leste e dos países africanos. Este multiculturalismo lança hoje novos desafios à Educação e aos profissionais da Educação e o surgimento de anti-valores ou a alteração dos valores é um problema bem maior do que os problemas económicos. De facto, as estruturas actuais estão desajustadas e não conseguem responder de forma eficaz às verdadeiras necessidades das famílias. Por um lado, as famílias precisam que orientem e acompanhem as crianças e os jovens, pois estas são cada vez mais ausentes. Por outro, teremos de reformular os nossos Programas Escolares que são muito teóricos, elitistas e desajustados da realidade actual e, na maior parte dos casos, não respondem de modo eficiente à