Ética a nicômaco. Resumo Livro VII

1727 palavras 7 páginas
O livro VII de Ética a Nicômaco trata da discussão a respeito da razão, incontinência e intemperanças, continência e temperança, tentando descobrir sua origem, natureza e seus limites. É um dos temas de Aristóteles que mais tem a ver com os dias atuais. Além dessas virtudes, ele ainda relaciona a incontinência e a continência com a justiça, prudência e fortaleza.
Os estados morais de caráter a serem evitados são de três tipos: vício, incontinência e bestialidade. A virtude seria oposta ao vício, a continência à incontinência e a virtude sobre-humana, heroica ou divina à bestialidade.
Para Aristóteles, o homem continente seria a capacidade do homem de evitar se deixar dominar pelas paixões agindo no sentido contrário ao que aponta sua razão, enquanto o incontinente é aquele que abandona o caminho correto por não conseguir resistir ao apetite.
De acordo com Sócrates, a incontinência não existe, pois o homem só é mal por não ter conhecimento de causa, ou seja, pela ignorância. Dispondo do conhecimento do que é correto, seria impossível agir de outra forma. Se a incontinência é causada pela ignorância, a mesma só poderia ser entendida de uma forma diferente de Sócrates. Aristóteles resolve pela distinção entre conhecimento e opinião. O intemperante age não contra o conhecimento, mas contra suas opiniões. Este homem pode ser perdoado por abandonar suas opiniões pelos desejos, mas seria condenado pelos vícios apresentados.
Aqui vejo uma sutil diferença da temperança para a virtude. A intemperança não seria um vício, mas levaria ao vício já que o homem se entregaria às paixões e falharia pelo excesso, o que na definição de Aristóteles configuraria o vício. Assim o homem que comete adultério pelo desejo sexual por outra mulher é intemperante, mas o vício que incorre é justamente o de se deixar levar pelo prazer sexual.
O conhecimento que está presente quando o homem falha na temperança não é o conhecimento no sentido verdadeiro, mas o conhecimento da percepção

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