Ética Profissional e Responsabilidade Social
Síntese do texto: A responsabilidade social é uma questão de estratégia? Uma abordagem crítica (Alexandre Faria, Fernanda Filgueiras Sauerbronn).
Pode-se observar um crescente interesse tanto por parte das empresas quanto pelas academias de administração pelo tema de responsabilidade social corporativa, ao longo da última década. No final dos anos 1980, ocorreu o chamado quadro de timidez, que pode ser explicado pelo desinteresse da área de estratégia pelas obrigações sociais da empresa, assim como pelo âmbito das politicas públicas, pela bagagem da economia neoclássica e pelo subdesenvolvimento de pesquisas na área de estratégia corporativa.
A estratégia vem se aproximando do tema, pelo fato de que tal tema ganhou importância na sociedade e na academia devido às reações conduzidas por ativistas e outras organizações a esse poder, precedidos por escândalos, aceleração da globalização, assim como aumento do poder politico e econômico das grandes corporações.
No Brasil, pode-se observar um crescimento exponencial no número de publicações, seminários e pesquisas acadêmicas sobre o tema, assim como segundo os autores deste artigo é possível prever que pesquisadores brasileiros seguirão uma abordagem com maior influência norte americana. Porém pesquisadores europeus vêm ressaltando o fato de que uma das principais características da área de estratégia, a qual é dominada pelos EUA, é a falta de reflexividade crítica, e tais questionamentos não têm sido valorizados por pesquisadores no Brasil.
Escândalos recentemente protagonizados por corporações globais, até então tidas como sólidas, surpreenderam a academia de administração, assim como trouxeram prejuízos e instabilidades econômicas e políticas em diversos países. No Brasil tais escândalos estão ligados ao processo de privatização e de reforma do Estado, além de impactar grandes instituições dedicadas ao fomento de desenvolvimento do país e afetar setores