Ética na educação
O processo educativo está envolvido no contexto social ao qual ele está inserido e, naturalmente, sofre influências e reage à elas. Enquanto fenômeno histórico e social, a educação é a transmissão de cultura. A cultura é a relação da educação e a sociedade, o mundo transformado pelo homem, porque o homem é um ser-no-mundo. (RIOS, 2001).
Para Rios (2001) o mundo está dentro do homem, há uma reciprocidade, pois o homem dele se resulta. O mundo existe para o homem na medida do conhecimento que o homem tem dele e da ação que exerce sobre ele. O mundo se apresenta ao homem num aspecto de natureza, onde o mundo independe do homem para existir e que os próprios homens fazem parte em seus aspectos biológicos, fisiológicos.
Existe outro aspecto que é o da cultura, ou seja, o mundo transformado pelo homem. Os homens fazem a cultura, primeiro por necessidade, por sobrevivência, para satisfazer essas necessidades. Nesta busca, os homens põem em ação sua razão e sua criatividade. O homem é um ser de desejos colados às necessidades. (RIOS, 2001).
O senso comum identifica a cultura como erudição, acúmulo de conhecimentos, atividade intelectual. Mas o certo é que a cultura é tudo o que resulta da interferência dos homens no mundo que os cerca e do qual fazem parte. Ela se constitui no ato pelo qual ele vai de homo sapiens a ser humano. Assim, todos ser humano é culto, na medida em que participa, de algum modo, da criação cultural. (RIOS, 2001).
O grupo estabelece certas normas para sua ação, partilha valores e crenças. Tudo isso é resultado do trabalho e por isso não se fala em cultura sem trabalho, a intervenção intencional e consciente dos homens na realidade. É o trabalho que faz os homens saberem e serem no mundo. O trabalho é a essência do homem. (RIOS, 2001).
Segundo Rios (2001) a ideia de trabalho não se separa da ideia de sociedade, pois é com os outros que o homem trabalha e cria a cultura.