Ética empresarial
A Ética Empresarial passou a ser um tema presente nas apresentações, relatórios e projetos das empresas apenas recentemente no Brasil, seguindo uma tendência delineada nos Estados Unidos a partir do final da década de 1970. Em palestra realizada em São Paulo, em 1997, o professor de Business Ethics na Wharton School da Pennsylvania University, Thomas Donaldson, mostrou a grande evolução ocorrida no setor acadêmico de seu país, a partir dessa década. Segundo ele, 20 anos antes havia nos Estados Unidos apenas três livros sobre ética empresarial, e nas faculdades quase não existiam aulas sobre o tema. Em 1997, em todas as mais de 7.000 faculdades do país já havia cursos a respeito, sendo que 90% dos alunos de administração frequentavam a cadeira (Humberg, pg.59). Nessa época, no Brasil, praticamente só existia a cadeira de Ética Empresarial na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Apesar de recente, tanto do ponto de vista acadêmico, como do ponto de vista das empresas, a Ética Empresarial (ou Organizacional, ou ainda Ética nos Negócios) evoluiu muito rapidamente entre nós. Hoje todas (ou quase todas) as Faculdades de Administração possuem uma cadeira e muitos outros segmentos universitários e mesmo escolas secundárias a implantaram.
Essa grande evolução ao longo dos últimos trinta anos teve seu primeiro impulso nos Estados Unidos com o chamado Escândalo Lockheed, a descoberta de que várias empresas do setor de equipamentos militares, entre os quais a que deu nome ao processo, subornavam autoridades de outros países para obter contratos. A divulgação da existência desse sistema de corrupção, que incluía até o marido da rainha da Holanda, levou a uma desconfiança geral em relação ao procedimento empresarial.
Como reação à insatisfação social gerada nos Estados Unidos, o Governo criou o FCPA Foreign Corruption Practices Act, que estabelece sanções pesadas para a prática de atos de corrupção no exterior, e as empresas passaram