Ética darwinista
Texto publicado na Revista Contato (Publicação bimestral do Conselho Regional de Psicologia do Paraná). Ano 10 – Edição nº 58 – JUL/AGO/2008 – ISSN 1808-2645
nicolau( XII/V/MMVIII )
O presente texto propõe-se a apresentar aos colegas psicólogos a Ética Darwinista, assim denominada apenas para diferenciá-la das demais formas de se pensar a ética pois, enquanto tal, ela também é a educação da nossa vontade pela razão, visando uma vida mais justa, bela e feliz. Enquanto ser passional, muitas vezes somos arrebatados pelas nossas paixões que atuam sobre o nosso caráter, sobre a nossa índole e, por isso mesmo, precisamos que nossa vontade receba uma formação racional para que nos ajude a escolher entre o bem e o mal, entre o vício e a virtude. Enquanto a moral é atávica e valiosíssima para o cidadão, somente a Ética pode auxiliar um profissional, principalmente um psicólogo na sua labuta clínica, que necessita suspender a sua própria moral para que possa trabalhar apenas com uma moral: a do cliente. Somente através de um estudo sério e dedicado, pode-se compreender e aprender a fazer ética. A ética, portanto, não pode ser praticada por todos pois é fruto da volição, da determinação ou até mesmo da necessidade profissional, por exemplo. Mas, da mesma forma que não existe alguém “meio ético” ou “com um pouco de ética”, não se concebe que um profissional possa ser ético, apenas no trabalho. É importante sabermos distingui-la do uso laico que as pessoas, notadamente os meios de comunicação, fazem dela ao confundirem-na com a moral. Só somos humanos porque somos seres morais, com exceção das crianças (que estão sendo moralizadas) e pessoas com deficiências mentais graves, todos os seres humanos são morais, mesmo que alguns prefiram transgredi-la. Conceitos como honestidade, por exemplo, bom comportamento ou até mesmo justiça, também costumam ser chamados, erroneamente, de comportamentos éticos. Honestidade, justiça, caráter são obrigações morais,