Ensaio sobre a cegueira - josé saramago resenha

Obs.: Uma resenha crítica consiste em dois tópicos:
1- Resumo da obra.
2- Opinião crítica sobre a obra.

1 – A obra do português José Saramago versa sobre uma suposta e hipotética epidemia de cegueira, chamada em alguns trechos de ‘cegueira branca’ por conta de seu efeito nas vitimas, as quais veem tudo branco, que afeta um número imenso de pessoas e destrói a vida em sociedade como conhecemos, gerando o caos e desconstruindo todos os conceitos de moral, ética, religião e todas as ‘bases morais’ que a constituem. Nesse cenário pós-apocaliptico, as pessoas voltam ao comportamento animalesco dos seres humanos primitivos, porém, nesse caso, sem a visão, e passam a cometer toda sorte de atos em busca da sobrevivência, atos que nunca cometeriam em situação normal. A obra é permeada de críticas ao cristianismo, tal como na parte em que a esposa do oftalmologista, única pessoa que ficou imune ao surto epidêmico é vista pelo autor como uma redentora cujo dever moral de guiar os afetados é deixado de lado por conveniência pessoal, a qual não dura muito, mas mesmo assim fica registrada a crítica, e também na passagem em que, ao entrar em uma igreja, a personagem depara-se com todas as imagens de santos com os olhos vendados, uma prova que não são diferentes dos demais seres humanos. Saramago ainda mostra que, por pior que seja o cenário, a inversão de valores ainda pode ocorrer, principalmente na passagem em que o animal conhecido como “o cachorro das lágrimas” tem uma atitude quase humana ao lamber as lágrimas da personagem que chora, enquanto os outros seres humanos ao seu redor comportam-se animalescamente.

2 – A obra mostra que todos os preconceitos, os estereótipos, a moral, a ética, as leis e tudo mais caem por terra quando uma epidemia iguala a todos, deixam de existir quaisquer formas de julgamento pessoal e cada indivíduo luta por sua própria sobrevivência numa perspectiva quase darwinista. É uma leitura deveras interessante cujo objetivo é induzir o leitor