ÉTICA, CULTURA E CRISE ÉTICA DE NOSSOS DIAS de Zeferino Rocha
A ideia principal do texto é que qualquer cultura fica imersa a violência se não houver as exigências da ética no agir humano, ou seja, fica comprometida a capacidade da sociedade de garantir o bem comunitário e de impedir a barbárie que ameaça tornar, o mundo em que vivemos, inabitável. Esta é uma forma que o Zeferino Rocha encontrou para mostrar a ligação existente entre a ética e a cultura, colocando a ética como co-extensiva à noção de cultura, de tal modo que sem a dimensão ética nenhuma cultura existe. Dessa forma, o autor mostra-se bastante preocupado com as transformações pelas quais o mundo vem passando, visto que, ao mesmo tempo em que parecem promissoras, são também a alavanca para o crescimento do individualismo que é completamente alheio as necessidades daqueles mais carentes. Assim, as pessoas se fecham em suas particularidades e a comunidade começa a tender para uma situação de catástrofe, já que os indivíduos deixam de agir em prol do bem social e passam a interessar-se apenas por uma individualidade promissora. É a partir desse momento que a ética do costume começa a entrar em crise.
A crise da ética é a segunda, mas não menos importante, ideia tratada pelo autor. No texto é elaborada toda uma análise dessa crise ética atual, destacando suas principais causas e consequências. Para o autor esta crise vem acentuando-se com transformações estruturais que modificam a visão de mundo dos indivíduos. Como consequência tem-se a disseminação da violência, homens habitados pelo nada, ou seja, homens que perderam a capacidade não apenas de fazer, mas de entender os porquês do que é regido por suas culturas em prol de um bem maior, e também o niilismo, que de acordo com o texto é a desvalorização de valores supremos. Por último, o autor considera que a crise ética pode também significar uma crise de esperança, na qual a sociedade se ver obrigada a