Épopeia de gilgamesh e o livro de génesis.

Introdução Nas páginas que se seguem, evidencia-se a relação entre a Épopeia de Gilgamesh e o Livro de Génesis. São comparados alguns parágrafos onde a ligação é flagrante e inegável. Estes paragráfos encontram-se sobretudo no primeiro capítulo da Épopeia de Gilgamesh (A Chegada de Enkidu), por oposição à criação do Homem no Livro de Génesis. O mesmo volta a acontecer no episódio do dilúvio, relatado em ambos os textos, que seguem uma linha narrativa muito semelhante. A Épopeia de Gilgamesh é um poema épico da mesopotâmia, das primeiras obras literárias que se conhecem. Na sua origem estão lendas e poemas sumérios sobre o deus-herói Gilgamesh, reunidos pelo rei Assurbanipal no séc. VII a.C. Já o livro de Génesis é o primeiro livro da Bíblia (Bíblia cristã, neste caso). Narra a criação do mundo de uma perspectiva judaica, até à fixação desse povo no Egipto. Sendo que este livro seria escrito muito depois da Épopeia de Gilgamesh (apesar de no livro em si não ser apontado em concreto a data em que foi escrito, aponta-se para periodos que remontam a 1400 a.C), percebe-se imediatamente que este é profundamente influenciado pela Épopeia (não sendo esta a única obra que acabaria por influenciar a bíblia). Quando as tábuas onde estavam gravados os poemas sumérios ligados a Gilgamesh foram encontradas, em meados do século XIX, e posteriormente decifradas, os investigadores percebem a ligação do relato do dilúvio feito por Utnapishtim ao relato do dilúvio bíblico. Isto viria a propor um desafio ao pensamento intelectual, assim como colocar em causa a veracidade dos textos bíblicos. Não será, no entanto, o objectivo deste trabalho colocar em causa a credibilidade de qualquer texto bíblico. Propõe-se apenas uma análise de cariz e rigor o mais científicos possível (sendo que a análise e comparações feitas são também subjectivas), para que se possa compreender quais os pontos em comum nas duas obras. É preciso também referir que sendo apenas abordados os relatos