Édipo rei
Édipo Rei é uma obra de Sófocles (496 a.C.- 406 a.C) e considerada por Aristóteles, em suaPoética,como o mais perfeito exemplo de tragédia grega. Escrita em 427 a.C., a obra reúne características que solidificaram seu sucesso como tragédia; possui os elementos típicos de um mito complexo (peripécias e reconhecimento), um protagonista intrigante pelas atitudes tomadas em cena e uma trama apoiada em um aspecto que passara a ser questionado naquela época; a legitimidade das profecias.
Em Édipo Rei, Édipo nasce maldito, sob uma profecia segundo a qual mataria seu pai, Laio, e teria relação incestuosa com a mãe, Jocasta; rei e rainha de Tebas. Laio ordenou então que um pastor matasse a criança, mas este acabou apiedando-se do pequeno Édipo e o deixou com um homem que pastoreava os rebanhos dos reis de Corinto, dizendo-lhe que o entregasse a estes. Pólibo e Mérope, que não podiam ter filhos, ficaram muito felizes ao receber Édipo e o criaram como se fosse seu. Certa vez, um bêbado acusou Édipo de não ser filho legítimo dos reis de Corinto, o que o levou a consultar o oráculo de Delfos, onde ouviu a mesma profecia que seus verdadeiros pais um dia haviam ouvido. Pensando que ela se referia aos reis de Corinto, que não eram seus verdadeiros pais, não mais retornou à cidade, partindo em direção a Tebas, onde, posteriormente, a profecia cumprir-se-ia.
Desde então, a questão que se levanta sobre Édipo Rei é se há alguma determinação divina interferindo no destino de Édipo, ou se Édipo seria o único responsável por, posteriormente, identificar-se como filho de Laio e Jocasta e perceber que a profecia havia se cumprido.
Este trabalho tem, portanto, a intenção de demonstrar uma análise das diversas características de Édipo, expor o pensamento que ascendia na Grécia antiga em relação às profecias, além de sugerir um posicionamento quanto à questão do destino de Édipo; se haveria algum deus manipulando as escolhas do herói até que se descobrisse filho de quem era, ou