Água viva imortal
Certo, ela consegue vencer a morte. Como? Renovando suas próprias células. Fato. Já foi dito. Mas é um processo que merece ser melhor apreciado - e explicado. O ciclo intenso de renovações tem de ser organizado.
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Retomando - ou apresentando - conhecimentos: a água-viva é um celenterado: animais aquáticos que, como marca registrada, possuem células especiais e nada simpáticas chamadas cnidoblastos. Localizadas, geralmente, nos tentáculos desses animais, estas células são ótimas em questão de defesa e captura de alimento (pequenos animais, no caso). Qual o motivo de tanto espanto voltado para tais células? A substância urticante que elas liberam. Sim, tenha medo destas criaturas.
Em sua forma adulta, é chamada de medusa. Na reprodução sexuada, várias larvas do animal podem originar-se de uma só vez. Numa carona fornecida pelas correntes marítimas, uma superfície sólida é encontrada e serve muito bem para a fixação. Passando este estágio, a larva se torna um pólipo: oco e com tentáculos ao redor da boca. Então, se desenvolve a éfira: uma água-viva jovem que se desprende e se torna uma medusa adulta - medusa esta que vive de três até seis meses.
A Turritopsis também se reproduz da forma ilustrada acima e apresenta este ciclo. A diferença - ou melhor, a grande diferença - é que pode voltar ao começo dele toda vez que precisa - com exceção de quando é devorada por um predador ou um ferimento grave aparece, como já dito.
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Quando a morte está seguindo a Turritopsis dohrnii, ela torna-se um cisto muito parecido com uma bolha, que, por sua vez, se desenvolve em uma colônia de pólipos - voltando, assim, para o começo do ciclo.
Os pólipos utilizam-se da reprodução assexuada para originar centenas de águas-vivas. Todas geneticamente idênticas ao adulto original - o que estava beirando a morte.
Agora parece mais fácil de entender: a água-viva que estava na frente da morte, renova suas células, voltando ao estágio de pólipo,