S Crates
1 - Introdução
A importância de Sócrates para a história da filosofia é tal que todos aqueles que vieram antes dele são chamados de pré-socráticos. Isso significa que a forma como a filosofia ocidental se desenvolveu é baseada na forma como Sócrates entendia o que era a atividade de filosofar e à sua investigação a respeito do humano, que ele inaugurou. Aqueles filósofos que ficaram conhecidos como pré-socráticos, apesar de alguns serem contemporâneos de Sócrates, tinham como centro de suas preocupações a origem do universo e outras questões relativas à natureza para substituírem a cosmogonia grega, pautada em mitologias, por uma cosmologia, uma explicação baseada em razão. Por isso, esse período na história da filosofia também é referido como período cosmológico.
No entanto, Sócrates preferia usar a palavra falada para transmitir seus conhecimentos e pensamentos ao invés da palavra escrita e tudo o que se sabe de sua vida veio por meio daquilo que escreveram sobre ele. Temos, por exemplo, a obra Memorablia do historiador Xenofonte (que também escreveu sobre ele Symposium, Oeconomicus e Apologia de Sócrates) e a caracterização satírica feita por Aristófanes em Nuvens. Destaca-se, porém, para o estudo da Filosofia, as obras de seu discípulo
Platão que fez dele personagem principal de diálogos como Apologia de Sócrates, na qual discute a morte de seu mestre, e Fedro, por meio da qual conhecemos a crítica socrática em relação à escrita. Ou seja, não temos nada escrito pelo próprio Sócrates a respeito de sua atividade e de seu pensamento.
Embora Platão tenha se empenhado em registrar os ensinamentos de seu mestre, o que temos é a versão dele a respeito do pensamento socrático. Sobre sua vida e analisando ao mesmo tempo todas as fontes podemos compor um retrato do filósofo a partir das semelhanças entre os relatos.
À Sócrates são atribuídas frases muito conhecidas nos dias atuais, tais como, “Homem, conhece-te a ti mesmo”; “Só sei que nada sei” entre outras.