PSICOLOGIA CLÍNICA DO TOXICÔMANO: CONSIDERAÇÕES SOBRE A DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA
Ana Flávia Rotta *
Carolina Casarin Paes *
Karina Braz Teixeira *
Kellyne Bonfim de Freitas *
Suzieli Ap. Nascimento *
Valquíria Lazarin **
JUSTIFICATIVA
O uso de drogas é um grave e complexo problema de saúde pública. Falar sobre drogadição exige uma reflexão sobre como a droga foi encarada ao longo da história, tendo em vista as questões de saúde/doença e os paradigmas em cada momento. É preciso também encarar a dependência como algo que afeta o indivíduo biopsicossocial, pois o homem é um ser integral, dotado de subjetividade e ativo em todo o processo.
No que diz respeito ao uso de substâncias psicoativas, essa é uma prática milenar e universal (TOSCANO, 2001). Pode-se dizer que a história da dependência química se confunde com a própria história da humanidade, mesmo que, nas épocas mais antigas e em outras culturas as drogas sejam usadas com finalidades específicas. Os hábitos e costumes de cada sociedade é que direcionam o uso de drogas. Isso porque o homem sempre buscou maneiras de aumentar o seu prazer e diminuir seu sofrimento (MARTINS & CORRÊA, 2004).
Além disso, tratar a questão do uso abusivo de substâncias psicoativas implica analisar o modelo psicossocial, pois é necessário discutir as questões orgânicas, psicológicas, sociais, políticas, econômicas e culturais desse fenômeno, além das consequências físicas, psíquicas e sociais (OCCHINI e TEIXEIRA, 2006).
Além da necessidade de buscar a droga, a dependência causa mudanças na interação social do indivíduo. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV (2000), “a característica primordial da dependência química é a presença de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, que evidencia que o indivíduo sente necessidade de utilizar determinada substancia, mesmo que esta traga problemas significativos”. Para esses indivíduos, a droga exerce um papel central, pois é uma fonte