O átomo
|São Carlos, [pic]domingo, 6 de março de 2005. |Número 03, Janeiro de 2002 |Artigo |
O átomo
Regina Helena Porto Francisco
Professora Dra. do IQSC-USP - Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo e-mail: porto@iqsc.usp.br
Ao longo dos tempos houve uma preocupação constante por parte da humanidade: entender a natureza. Os filósofos da antigüidade tinham uma dupla preocupação: entender a natureza e dar a ela um significado metafísico. As propostas tinham sempre uma vertente voltada para um ser criador, absoluto ou não, e outra voltada para a natureza propriamente dita, sua composição e transformações.
Um dos antigos modelos gregos propunha que a matéria seria formada por diminutas partículas indivisíveis – os átomos. Esta proposta permaneceu pouco discutida por muito tempo, voltando à baila no século XIX, quando Dalton (1776 – 1844) retomou o antigo modelo que foi fortalecido pois conseguiu interpretar os resultados das observações das leis das proporções definidas entre as quantidades de matéria que reagem quimicamente entre si.
O enfoque da discussão passou, então, a ser a natureza destes átomos. Isto ocorreu quando a sociedade ocidental vivia um período de grande efervescência em termos de conhecimento.
Em 1833, Faraday divulgou os resultados de seus experimentos com eletrólise, que deixavam clara a proporcionalidade entre a quantidade de eletricidade consumida e a quantidade de matéria depositada ou dissolvida num eletrodo, e também entre as massas das diferentes substâncias depositadas ou dissolvidas por uma certa quantidade de eletricidade. Isto só poderia ser explicado se uma partícula presente na matéria fosse responsável pelo processo. Em 1874, G.J.Stoney reconheceu a importância dos trabalhos de Faraday e usou a expressão elétron para a partícula