O visível e o invisível na conquista

RESENHA
BRUIT, Hector H. O visível e o invisível na conquista hispânica da América. In: VAINFAS, Ronaldo (org.). América em tempo de conquista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1992, p. 77 -101.
Bruit inicia a discussão se propondo a analisar um processo pouco observado nas analises sobre a conquista. O processo que ele denomina como visível seria o tipicamente abordado, sobre a conquista militar espanhola aos povos americanos, de uma abordagem tradicional de uma vitória fácil para os espanhóis devido a uma covardia generalizada dos índios. O autor contrapõe essa tradicional abordagem apresentando quatro nomes e suas respectivas visões sobre a valentia dos índios nas guerras mexicanas, o perigo das armas indígenas, uma outra abordagem sobre a valentia dos índios, agora peruanos, e um poema inspirado na valentia e no espírito guerreiro dos araucanos do Chile. Todos esses depoimentos lhe garante a afirmação de que:
Se os índios eram covardes ou valentes, brutais ou medrosos, se resistiam com firmeza ou não, é uma questão relativa a cada região, ao nível de civilização e à própria visão do cronista que transmitiram versões diferentes sobre a atitude dos índios. (p. 78).
No entanto o processo ao qual o autor se debruça com maior empenho é de fato o processo invisível na conquista. Inicia seu discurso afirmando que a dominação total, de sentido contido no termo conquista, não chegou a se realizar. E que a miscigenação ocorrida, que deu origem a uma nova sociedade, encobre “o fracasso relativo do vencedor” (p.79). Conquistar plenamente seria, ter realizado os três objetivos civilizadores, evangelizar os índios, de forma a eliminar as religiões americanas, transformar os índios em vassalos do rei e conseguir todo metal precioso disponível, apenas o ultimo se concluiu como esperado.
Apesar de toda investida militar, e a fragilidade da situação em que foram colocados os ameríndios esses desenvolveram práticas e comportamentos que enfraqueceram o processo de