O verdadeiro rei Artur
Giba Stam | 01/07/2003 00h00
As histórias de nobreza e cavalaria fizeram dele um mito na Idade Média. Um personagem da ficção, não da história. No entanto, alguns especialistas acreditam que ele teria de fato existido e que, por trás dos contos de magos e bruxas, talvez tenha havido um homem real. Quem era ele?
Não há quem não tenha ouvido falar, pelo menos uma vez, do rei Artur e de sua corte de jovens e bravos vassalos. Ostentando portentosas armaduras, combatendo pela honra de suas amadas e habitando grandes castelos, eles evocam os ideais da cavalaria, típicos da Idade Média. Da literatura às óperas, das artes plásticas ao cinema de Hollywood, poucos personagens mereceram tanta atenção e tornaram-se tão conhecidos. Mas, afinal, o rei Artur existiu?
Para responder a esta pergunta e encontrar o verdadeiro Artur teremos que voltar mais longe no tempo. Não adianta procurá-lo nos séculos 10 e 1, onde ele foi eternizado como um nobre cristão senhor de feudos. Esse Artur nunca existiu. A história do possível Artur começa na Bretanha (que corresponde hoje ao norte da França e ao Reino Unido). Ali viviam os celtas, um povo com origem no centro sul da Europa, que se espalhou pelo continente durante a Idade do Ferro, aproximadamente em 600 a.C. Guerreiros tribais violentos, eles não reconheciam nenhum poder fora de seu próprio clã. Com a ocupação romana, no século 1, no entanto, parte das tribos celtas foram sendo integradas ao império, entre eles estavam os bretões. Por cinco séculos, a Bretanha esteve sob o domínio romano que, além de trazer desenvolvimento para a região, protegia-a de invasões.
Com o declínio do império, Roma passou a retirar suas legiões e, no início do século 5, os bretões tornaram-se alvo do ataque de pictos e escotos, tribos também de origem celta que habitavam o norte da ilha, onde hoje é a Escócia e a Irlanda. Mas vinha pelo mar as maiores ameaças à paz na Bretanha: anglos, jutos e saxões, povos de origem germânica.
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