O vento será tua herança
10.06.2013
CIÊNCIA E RELIGIÃO
Análise Crítica
“O Vento Será Sua Herança”
O filme é baseado no acontecimento real conhecido por “Julgamento do macaco” (“The monkey trial”) que ocorreu em 1925 em uma pequena cidade do estado americano do Tennessee. No filme, o professor de biologia Bertram T. Cates, é preso e julgado por infringir uma lei que proibia o ensino do evolucionismo, ou qualquer outra teoria que contradissesse as interpretações bíblicas, em escolas públicas. O julgamento se tomou proporções internacionais sendo, até mesmo, transmitido pela rádio ao vivo. Há de se entender tal magnitude pelo que estava em jogo: a ameaça de uma explicação e, consequentemente, de uma crença que não admitiam confronto por mais de um milênio. Cidadãos de todas as regiões do país lutaram para repulsar e boicotar a “teoria profana”, assim como àqueles que a representavam. Apesar de o julgamento ter o intuito de atestar se o professor havia ensinado a teoria proibida da evolução das espécies na sala de aula, se tornou inevitável que o debate tomasse o rumo de enfrentamento entre as duas teorias, argumentações e validades. Contudo, o advogado de defesa Henry Drummond se vê diante de um júri e, principalmente, de um juiz que conduzem o processo de forma imparcial, impedindo que Drummond utilizasse qualquer argumento que abordasse o evolucionismo, incluindo testemunhos de especialistas consagrados no assunto e prontificadas a depor sobre a teoria e suas adjacências. Diante de tal situação, Drummond decide chamar para depor o próprio representante da promotoria, o defensor da teoria criacionista Matthew Harrison Brady. O advogado de defesa cria sua estratégia argumentativa para deixar o promotor confuso e, a partir daí, desconstruir a crença literal na bíblia, assim como a teoria criacionista. Em uma abordagem reflexiva, o que estava em jogo no julgamento não era apenas atestar se o professor de biologia haveria infringido a lei que proibia o ensino