O Uso E O Mal Uso Dos Arquivos
Carlos Bacellar
Os historiadores e as fontes de arquivo
O trabalho com fontes manuscritas é, de fato muito importante, e é fato que quem entra por esse mundo não tem como negar que os momentos passados em arquivos são essenciais para a história. Grandes obras historiográficas tiveram sua origem nas salas de arquivo, onde muitas horas de empenho e muito trabalho foram gastos, após semanas ou meses de dedicação e pesquisa. O historiador tem como base os testemunhos de pessoas do passado, ao perceber seus pontos de vista, seus sofrimentos, suas lutas diárias. Com o passar dos dias, o historiador torna-se membro de determinados fatos, com uma certa intimidade, mesmo não convivendo com escrivães ou personagens que se repetem nos papéis. Ele se transporta para esse lugar de uma forma que sente-se o peso dos acontecimentos dessa sociedade, ou o peso da miséria, ou a má sorte de alguém, e faz com que ele sinta necessidade de ler cada vez mais documentos para acompanhar aquela história de vida, ou até mesmo imaginar o seu final. Os personagens parecem ganhar corpo, e com certeza como tudo que vivenciamos chegamos a ter a sensação de que uma história nunca se encerra. Ela vem sempre acompanhada de uma próxima que de alguma maneira se interliga. Fechar os documentos e partir, não significa finalizar uma história ou apenas continuar uma leitura. Essa é a vida da pesquisa: dura, cansativa, longa, mas gratificante, acima de tudo. No capítulo escrito por Carlos Bacellar, Uso e mau uso dos arquivos, ele diz que “a maior ou menor importância de cada arquivo só pode ser estabelecida de acordo com o objeto da pesquisa específica a ser realizada pelo historiador, seus interesses e seus questionamentos”.
O interesse por história surge as vezes por uma influência de algum professor ainda no ensino médio, e que deve ser incentivado e até mesmo discutido em sala de aula. O