O uso de cocaína misturado ao álcool
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Cocaetileno O uso combinado de cocaína e álcool leva a formação de cocaetileno, que é um metabólito ativo da cocaína, juntamente com benzoilecgonina e norcocaína, mas o cocaetileno só é formado na presença de etanol. O benzoilecgonina é o metabólito mais ativo da cocaína, seguido pelo norcocaína, caso seja usada isoladamente, e o éster de metilecgonina é o metabólito inativo. A associação de cocaína e álcool leva ao aumento do quadro eufórico e diminuição do quadro psicomotor, além de que o cocaetileno aparentemente potencializa os efeitos da cocaína no sistema cardiovascular e no sistema nervoso central. O mecanismo de ação do metabólito não está totalmente esclarecido, mas parece agir inibindo também a recaptação de dopamina, principalmente, noradrenalina e, em menor quantidade, serotonina (mesma ação produzida pela cocaína). O uso concomitante de cocaína e álcool, além da formação de cocaetileno, leva também ao aumento dos níveis plasmáticos de norcocaína e reduz as concentrações de benzoilecgonina. A maior taxa de distribuição no cérebro e no sangue é de cocaetileno, seguido por cocaína, norcocaína e benzoilecgonina. Pelo fato do cocaetileno ter a meia-vida plasmática maior que a da cocaína e também pode ser estocado nos tecidos, tem uma lenta remoção, causando um efeito mais duradouro e consequentemente sendo mais prazeroso para os usuários. As drogas associadas causam também aumento significativo na frequência cardíaca e pressão arterial, comparando com o seu uso isoladamente. Reduzem a sensação de embriaguez do álcool e aumentam a euforia causada pela cocaína. No geral, as duas drogas combinadas têm uma grande toxicidade, maior do que as duas drogas isoladamente, que pode resultar em grave comprometimento vital, convulsões, danos hepáticos e diminuição do sistema imunológicos.