o ultimo samurai
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A NOÉTICA* DO VÍDEO ETNOGRÁFICO
Claudia Fonseca**
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil
Resumo: Norteada pela linha analítica que liga o estilo de comunicação (escrita, oral, imagética) ao teor da mensagem, tecemos reflexões sobre a tradução para o texto visual dos resultados de uma pesquisa antropológica. Partindo sempre de nossa experiência pessoal com o vídeo Ciranda, Cirandinha: Histórias de Circulação de Crianças em Grupos Populares, passamos em revista diversos debates: o filme-documentário versus o filme-espetáculo; o herói solitário versus trabalho em equipe; anonimato e ética; a devolução da pesquisa para os pesquisados; o estilo (polifônico) da narração; e os usos particulares do vídeo na sala de aula.
Palavras-chave: cinema documentário, pesquisa antropológica, texto audiovisual, vídeo. Abstract: Inspired by the line of investigation that links style (written, oral, or imagetic) and content in the process of communication, we hazard reflections about the translation of anthropological research results to the audio-visual text. On the basis of our personal experience in making an ethnographic video, we run through various debates; documentary films versus “spectacular” films, the solitary hero versus teamwork; ethics and anonymity; the devolution of research results to the objects of research; the polyphonic style of narration; and the various uses of video in the classroom. Keywords: anthropological research, audio-visual text, documentary films, video.
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Tirada da obra de Walter Ong, esta palavra é usada aqui para situar nosso trabalho dentro de uma certa linha de investigação em que procura-se entender como a forma de transmissão de conhecimentos (recitação, livro, filme, vídeo) influi na mensagem sendo veiculada.
Com a colaboração de Andrea Cardarello, Nuno Godolphim e Rogério Rosa. Meus colaboradores trabalharam comigo na fabricação de um vídeo etnográfico,