O triunfo do liberalismo em Portugal
O desmantelamento do Antigo Regime O novo regime liberal realizou profundas transformações visitando desmantelar as estruturas do Antigo Regime. A monarquia constitucional aboliu muitos privilégios. Neste campo, as medidas mais revolucionárias deveram-se a Mouzinho da Silveira, ministro de D.Pedro IV. Entre muitas outras iniciativas, extinguiu a maior parte dos morgadios, aboliu a dízima e os impostos de tipo senhorial, protegeu o pequeno comércio e a pequena indústria e proibiu alguns monopólios.
Mouzinho da Silveira
Principal beneficiária: a burguesia Quem beneficiou com todas estas medidas foi a burguesia. Até aí afastada do poder politico, passou a poder ascender aos mais altos cargos da administração pública, do Exército e do Governo. Por sua vez, a liberalização da economia favoreceu-a, pois facilitava o comércio e as possibilidades de enriquecimento. A burguesia também foi beneficiada com a nacionalização dos bens religiosos, pôde adquirir a preços muito baixos as propriedades confiscadas, o que permitiu a formação um novo conjunto de grandes proprietários – os barões do liberalismo.
A instabilidade política O regime literal teve, porém, de enfrentar sérios problemas políticos nos primeiros tempos da sua implantação. Além da oposição dos vencidos (os defensores da absolutismo), depressa surgiram divisões e lutas entres os próprios vencedores, o que tornou muito mais difícil o reinado de D. Maria II. No interior do movimento liberal havia duas correntes políticas opostas: uma mais conservadora (os cartistas), favorável à Carta Constitucional de 1826, que estava em vigor; e outra mais ‘’à esquerda’’, defensora da Constituição de 1822 (os vintistas). Essas divisões estendiam-se também ao Exército, sendo, afinal, os chefes militares quem, em ultima instância, tudo decidia. Criou-se, assim, um clima de instabilidade política.