O tio brigou
O publicitário que apresenta o jornal carro-chefe da emissora, ao lado da frágil mulher vinda do Fantástico, tenta, de todas as maneiras, se mostrar o defensor do povo, aquele que fará justiça e passará tudo a limpo. Mas o que é exibido ao longo dos exatos dezesseis minutos e dois segundos de entrevista é uma discussão em que ninguém venceu. Nem o justiceiro “Tio Bonner”, como é chamado numa rede social, nem a “Dilmãe”, mulher que quer defender os brasileiros, e muito menos o jornalismo.
Os preceitos jornalísticos de uma boa conduta de entrevista foram esquecidos. Abordagens firmes, embasadas e um bom hard talk foram, sem dúvidas, utilizados pelo casal que te dá “boa noite” de segunda a sexta, em horário nobre Global. Mas a forma como fizeram é que é questionável. De que vale estudar o perfil do entrevistado, traçar uma estratégia de entrevista, formular perguntas que muitos eleitores gostariam de fazer à candidata se, por pressão do tempo, tudo é jogado para o alto ou cuspido aleatoriamente a fim de, simplesmente, não estourar o programa? Ah, claro, estava na hora de começar Império.
E por falar em império, o que dominou grande parte da entrevista e chamou a atenção foi o destaque de William Bonner e o ofuscamento de Poeta. A moça, que foi escolhida para assumir o Jornal Nacional no lugar de Fátima Bernardes com o intuito de deixa-lo um pouco menos elitista, mal falou. Apenas uma pergunta, um adendo e o dedo apontado na cara de Dilma, que como todos sabem, mas parece que eles se esqueceram, é a atual Presidente do nosso País. O que Patrícia ficou fazendo enquanto Bonner, rispidamente, questionava Dilma? Almas maldosas