O tempo de saquarema
Capítulo 01: Objetivos: construção do Estado imperial e constituição da classe senhoria seriam dois processos que se tornaram historicamente associados sob a “intervenção consciente e deliberada de uma determinada força social, a qual se forja a si própria como dirigente” (os saquaremas). (p. 14). Teoria (problema) Conceito de classe baseado na experiência: entender a classe e sua coesão (identidade) como resultados “de experiências comuns vividas por determinados homens, experiências essas que lhes possibilitam sentir e identificar seus interesses como algo que lhes é comum”, conforme Thompson. Ora, essa experiência não pode ser entendida como manifestação de uma vivência direta e imediata, senão como algo que se constrói no entrecruzamento da ação, das instituições e das estruturas (crítica de Salles à historiografia da agência tb. é aplicável a Ilmar). Quem é a classe senhorial: p. 69 e ss. A formação da classe senhorial é um processo em que um grupo social se envolve com a construção do Estado; na época da Independência, os paulistas posteriormente liberais (Bonifácio, Feijó, Vergueiro etc.) se teriam colocado o problema do Estado (pp. ?? – instruções de Bonifácio), mas isso teria sido uma ação sem sustentação no tempo (sem erigir-se em processo). Apenas o grupo social dos cafeicultores (de origem fluminense, em expansão às outras províncias) é que se teria articulado politicamente de maneira duradoura para conseguir erigir-se em classe senhorial (p. 78).
Método (problema): Tais processos seriam contidos entre meados de 1830 e meados de 1860. Tal perído só existe porque “a direção que eles procuravam exercer, e efetivamente exerceram, impunha que os Saquaremas se constituíssem também em ‘produtores’ ou ‘controladores’ do tempo.” (id.) Saquaremas aparecem como controladores absolutos do devir histórico entre meados de 1830s e meados de 1860s! Como resolver esse problema teórico-metodológico? De fato, há uma