Luzias E Saquaremas
O presente texto trata a respeito de não haver nada tão parecido com um saquaremas como uma luzia no poder. Este proverbio chegou até nós para caracterizar a partir de uma ótica negativa, os partidos políticos no Brasil. Era uma espécie de enfatizar a ausência de opinião e de programa dos partidos, para quem acreditava-se que eram simples agregados de clãs organizados para a exploração comum das vantagens do Poder. O que contribuía a seu modo para engrossar o caudal da argumentação contra os partidos políticos, justificadora também de um Estado autoritário e centralizado, característica dos anos 30 do nosso século. Esta ótica distinta pode ser adotada caso evitemos não só a semelhança que o dito insinua, mas também efetuar uma comparação em busca de uma igualdade entre épocas em tudo e por tudo distintas. Esta característica da denominação luzia e saquaremas surgiram, dando atenção aos tempos diversos em que se impuseram, como e porque se impuseram, de tal modo que, ao cabo, se torne possível compreender a subordinação a uma direção que o provérbio não se preocupa em ocultar. Entre as várias considerações que as breves menções aos movimentos de 1842 possibilitam, privilegiam, aquela que diz respeito às diferentes denominações dadas aos liberais, no intervalo de tempo decorrido entre o final das Regências e o fracasso do movimento praieiro em 1848, e à sua posterior unificação sob a denominação de luzia, desde então equivalente a liberal. O que permite pôr em destaque o interesse prevalecente entre os liberais àquela época de conduzir a política de modo a assegurar o predomínio de cada grupo em seu âmbito provincial, e que deveria expressar-se numa distribuição tendencialmente mais equilibrada do aparelho de Estado pelo território imperial. Os movimentos de 1842 eram vividos pelos liberais de modo intenso, como uma verdadeira revolução, porque objetivava livrar o Brasil da “Oligarquia